Por Redação O Sul | 19 de junho de 2025
Pico de acessos ao conteúdo adulto acontece no horário de almoço, aponta plataforma.
Foto: FreepikA tradicional pausa para o almoço, aquele momento entre o fim da manhã e o início da tarde, tem ganhado um novo significado — e bem mais íntimo — para uma parcela dos brasileiros. Uma análise interna da plataforma de conteúdo adulto TopFans apontou que, entre 12h e 14h, ocorre um dos maiores picos de acessos do dia, concentrando cerca de 25% do tráfego diário. A chamada “hora do almoço” tem se transformado, para muitos, em um segundo turno de prazer digital.
“A gente sempre achou que o consumo noturno era dominante, mas o comportamento real mostra outra coisa”, explica Alexandre Peccin, CEO do TopFans. Para ele, o meio-dia se tornou um momento estratégico de conexão íntima. “As empresas deveriam oficializar esse momento”, brinca. “Interagir com conteúdo adulto pode até aumentar a produtividade. É uma descompressão imediata”, destaca.
Segundo Peccin, esse fenômeno é resultado de uma combinação de fatores: a privacidade proporcionada pelo uso do celular, a rapidez do estímulo digital e a flexibilização da rotina após a pandemia. Em vez de apenas comer ou descansar, muitos usuários aproveitam o intervalo para um alívio emocional silencioso.
Mais do que acessar, os usuários nesse período interagem, assistem a vídeos inteiros e consomem conteúdos personalizados. “Existe uma intenção clara. A pessoa sabe o que quer e está aproveitando o intervalo mais íntimo do dia para isso”, afirma o empresário. A prática foi apelidada pela empresa de “prazer programado”.
O hábito, segundo a plataforma, não está ligado apenas ao desejo sexual, mas também ao tédio. Para alguns, bastam alguns minutos de conteúdo sensual para sair do modo automático da rotina. E o engajamento mostra que não se trata apenas de curiosidade pontual, é um comportamento recorrente.
A análise da empresa identificou ainda que o perfil dos acessos nesse horário é variado, incluindo trabalhadores em regime remoto, autônomos e pessoas em home office. Com maior controle sobre seus horários, esses usuários incorporam o consumo de conteúdo adulto como parte da rotina pessoal.
Outro dado observado é que o tipo de conteúdo mais procurado no horário do almoço tende a ser mais leve e voltado à interação com criadores de conteúdo. Lives rápidas, vídeos curtos e mensagens personalizadas estão entre os formatos preferidos, o que reforça a ideia de um consumo planejado e direcionado.
“O desejo não espera a noite cair”, conclui Peccin. Na era do digital sob demanda, o prazer também se tornou mais espontâneo, flexível e desvinculado dos horários convencionais. O meio-dia, até então associado ao descanso, passa a ser também um horário de escapismo íntimo e conexão pessoal.
(Com O Globo)
