Mundo Animais selvagens fogem de zoológico após tempestade na capital da Geórgia

Hipopótamo foi resgatado com ajuda de dardos tranquilizadores e voluntários. Pelo menos 12 pessoas morreram e 24 estão desaparecidas. (Foto: Tinatin Kiguradze/Ap Photo)

Animais do zoológico de Tblisi, na Geórgia, na fronteira entre Europa e Ásia, passaram algumas horas passeando pelo Centro da capital da ex-república soviética depois que um temporal inundou as ruas da cidade nesse domingo. Ao menos 12 pessoas morreram nas inundações, 24 estão desaparecidas e 36 hospitalizadas. Um hipopótamo foi resgatado com a ajuda de dardos tranquilizadores e voluntários que o empurraram pelas ruas da cidade.
Também fugiram leões, tigres, ursos e lobos. Os moradores foram orientados a não sair de casa exceto em caso de emergência. Os animais fugiram do zoológico, que abrigava 600 bichos e ficou destruído. Eles saíram de suas jaulas e tocas quando elas eram inundadas pela chuva e ventania, que fez transbordar o rio Vere, que passa pelo Centro de Tbilisi.

Agências locais de notícias afirmaram que mais da metade dos animais já foi levada de volta ao zoológico. Alguns foram mortos pela polícia, incluindo um filhote de leão branco de uma raça rara e seis lobos que passeavam pelos jardins de um hospital infantil nas proximidades.

Mortos

Das 12 pessoas mortas, três estavam no zoológico – uma delas, a cuidadora Guliko Chitadze, havia perdido um braço ao ser atacada por um tigre no ano passado. Não há relatos, porém, de que as mortes tenham sido causadas pelos animais. Na estrada para o zoológico, testemunhas afirmam ter visto cadáveres de um leão e de um pônei. Várias casas foram arrastadas pela correnteza do rio e as ruas estão cobertas de lama. Tbilisi, capital da ex-república soviética, tem cerca de 1,1 milhão de habitantes. O primeiro-ministro Irakli Garibachvili decretou luto nacional. Já o presidente Giorgi Margvelachvili ofereceu suas condolências às famílias das vítimas depois de visitar áreas devastadas. “As perdas humanas que tivemos são insuportáveis”, afirmou, enquanto observava as operações de limpeza sob as câmeras de televisão. Garibachvili também evocou “danos significativos” para a infraestrutura da cidade.

O líder da Igreja Ortodoxa Georgiana, o patriarca Ilia II, usou o sermão da missa de domingo para atribuir a culpa pelo desastre ao antigo regime soviético, que governou o país entre 1921 e 1990, segundo a agência de notícias Interfax. “Quando os comunistas vieram a este país, eles ordenaram que todas as cruzes e sinos das igrejas fossem derretidos e o dinheiro fosse usado para construir o zoológico”, ele disse. “O pecado não fica sem punição. Fico triste ao ver georgianos morrerem porque um zoológico foi construído à expensa de igrejas destruídas”, completou o patriarca. O líder soviético Joseph Stalin (1879-1953) era georgiano.

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