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Brasil Ao não comparecer ao anúncio oficial dos cortes no Orçamento do governo federal, o ministro da Fazenda estaria mandando um recado de insatisfação

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Sem a presença de Joaquim Levy, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa (foto), assumiu sozinho a apresentação dos cortes à imprensa. (Foto: Pedro Ladeira/Folhapress)

Divergências quanto ao tom do anúncio e o tamanho do corte nas despesas do governo levaram o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, a faltar à divulgação oficial do bloqueio de 69,9 bilhões de reais no Orçamento. O titular da Fazenda tradicionalmente é o principal personagem desse tipo de evento, mas o ministro preferiu “marcar posição”.

O Ministério da Fazenda informou que Levy não compareceu ao evento pelo “único” motivo de estar resfriado. Nos bastidores, entretanto, a informação era a de que o chefe da equipe econômica, que passou os últimos meses negociando os termos do ajuste fiscal, foi voto vencido na discussão a respeito da mensagem que seria passada à imprensa.

Ele defendia que se expusesse um cenário mais “sombrio” sobre a situação do caixa do governo, indicando que há risco real de uma reavaliação das receitas da União, com elevação de tributos. Sem a presença de Levy, o ministro do Planejamento, Nelson Barbosa, assumiu sozinho a apresentação dos cortes aos jornalistas. Como atestado de que a falta à solenidade não era esperada, uma placa com o nome do ministro da Fazenda marcava seu lugar na sala em que foi feita a entrevista.

Levy recentemente chegou a dizer que “o piso” para o contingenciamento de gastos era de 70 bilhões de reais – a Fazenda, por sua vez, defendia um número ainda maior, mais próximo a 80 bilhões de reais.

Reservadamente, auxiliares presidenciais avaliaram que, do ponto de vista fiscal, não há diferença em relação aos 69,9 bilhões de reais que foram anunciados por Barbosa. O próprio Levy concordou que o tamanho do bloqueio é forte. Entretanto, do ponto de vista simbólico, foi passada a mensagem de que seu número não vingou. “Não leiam isso como mais que uma gripe”, tentou justificar Barbosa na coletiva de imprensa. Levy acompanhou o anúncio de seu gabinete, a poucos metros dali.

Inflação em alta – Durante a divulgação, o governo também confirmou oficialmente, por meio do decreto de programação orçamentária, que a inflação deve contabilizar 8,26% neste ano e, com isso, estourar o teto do sistema de metas de inflação brasileiro.

Até então, a previsão do governo para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de 2015 estava em 8,2%. O BC (Banco Central), responsável pelo controle da inflação, já havia estimado uma inflação próxima de 8% neste ano.

A última vez em que a inflação ficou acima do teto do sistema de metas de inflação foi há mais de dez anos, em 2003, e o documento foi assinado pelo então presidente da autoridade monetária, Henrique Meirelles.

Pelo sistema que vigora no Brasil, a meta central para 2015 e 2016 é de 4,5%. Entretanto, há um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Desse modo, o IPCA pode oscilar entre 2,5% e 6,5%, sem que a meta seja formalmente descumprida.

Quando a inflação fica mais alta do que o teto de 6,5%, o presidente do BC precisa escrever uma carta aberta ao ministro da Fazenda explicando as razões que motivaram o “estouro” da meta formal.

Dilma e Lula – Antes do anúncio do corte, a presidenta Dilma Rousseff se reuniu com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em Brasília por quase cinco horas na Granja do Torto.

Esse foi o segundo encontro entre Dilma e Lula em uma semana. O ex-presidente falou sobre o impacto social e econômico do corte, que o preocupa, pois atinge programas que sempre foram marcas petistas.

Apesar das críticas, foi feito um balanço de que “o pior já passou” e que, a partir do segundo semestre, a presidenta precisa entrar em uma agenda positiva e retomar aparições públicas.

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