Terça-feira, 15 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 18 de agosto de 2020
Maria Padilha matou um pouquinho da saudade dos fãs ansiosos por vê-la outra vez na TV. Longe desde “A regra do jogo” (2015), ela participa da série “Rua do Sobe e Desce Número Que Desaparece”, disponível no Canal Brasil Play. Martha, sua personagem, flerta com Claudia, protagonista vivida por Fernanda Vasconcellos, e as duas se beijam.
“Minha personagem, que é gay, se oferece para dar uma carona para ela e a deixa na porta de casa. Aí dá uma atacada, mas elas não vão muito em frente”, explica.
Maria, que completou 60 anos em maio, acredita que, apesar de personagens LGBT serem mais aceitos atualmente do que no passado, a liberdade ainda não é a ideal.
“Eu ainda não sei se a aceitação é tão ampla assim. Na época de “Amor à vida”, grande parte do público torceu para o beijo entre Félix (Mateus Solano) e Niko (Thiago Fragoso). Sinto que nas séries esses temas são abordados de maneira mais natural, mas no geral há um longo caminho a percorrer.”
A atriz, que estará no ar em breve na reprise de “Mulheres apaixonadas”, no Viva, diz que recebe mensagens de fãs saudosos pedindo seu retorno em novos papéis.
“Eles comentam bastante nas minhas fotos das redes sociais. Estou esperando um papel legal. E eu não tenho esse negócio de achar que série é mais chique do que novela. No Brasil, a teledramaturgia tem muita qualidade. As novelas têm um nível, um elenco e uma produção que não deixam a desejar se comparadas às produções estrangeiras.”
Em breve, Maria deve apresentar o monólogo “Diários do abismo” no movimento “Teatro já”, de Ana Beatriz Nogueira. Ela também conversa com diretores sobre propostas para novos projetos. A volta ao trabalho é vista como motivo para inspirar o próprio filho, Manoel, de 8 anos.
“Nas horas vagas, às vezes, coloco um vídeo com alguma ceninha minha no Instagram para que ele me veja atuando. Ele acha engraçado. Acho muito maneiro quando a criança tem uma admiração pela mãe que trabalha. Quero criá-lo mostrando que tenho a minha autonomia. “Profissão Mãe” sempre vai gerar culpa; sempre vamos achar que fizemos algo de errado. Mas, de maneira alguma, quero me distanciar do meu ofício, até porque não posso deixá-lo de lado. Não tenho quem nos sustente. Não sou rica. Preciso trabalhar. Minha identidade foi construída em cima da minha arte. Sinto falta de voltar. Na quarentena, estar parado é um sufoco para o artista”, finaliza.