Sexta-feira, 07 de março de 2025
Por Redação O Sul | 12 de junho de 2024
Juscelino mantém o apoio não só de integrantes do governo Lula, mas também dos dirigentes do partido.
Foto: Ricardo Stuckert/PRApesar do indiciamento de Juscelino Filho (União Brasil), em um inquérito que investiga suspeitas de desvio de emendas parlamentares para empresas ligadas ao ministro, o governo Lula não pretende rifar o titular da pasta de Comunicações.
Segundo integrantes do governo ouvidos reservadamente pela colunista do jornal O Globo, Malu Gaspar, o entendimento dominante no Palácio do Planalto é o de que, por ora, Juscelino continua firme no cargo – a menos que haja uma mudança de entendimento na bancada do União Brasil, o que até agora não aconteceu.
Segundo relatos obtidos pelo jornal carioca, apesar do “excesso de provas”, Juscelino mantém o apoio não só de integrantes do governo Lula, mas também dos dirigentes do partido, que têm demonstrado solidariedade ao correligionário.
Depois da operação desta quarta-feira (12), tanto o líder do União Brasil na Câmara dos Deputados, Elmar Nascimento (BA), como o presidente do partido, Antonio Rueda, já deram declarações públicas dizendo ver “abuso de autoridade” por parte da PF e garantindo que o partido está “100% fechado” com o ministro.
Além disso, apontam auxiliares de Lula no Planalto, o presidente está em viagem pelo exterior, o que complica qualquer decisão mais contundente sobre as descobertas da PF. Por ora, a orientação interna no governo é fingir que nada de grave está acontecendo.
A Polícia Federal indiciou o ministro das Comunicações por organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção passiva, fraude a licitação e falsidade ideológica. A investigação se debruçou sobre suspeitas de desvio de emendas parlamentares para pavimentação de ruas de Vitorino Freire (MA), no interior do Maranhão. A cidade é comandada pela irmã do ministro, Luanna Rezende.
Agora, a conclusão das investigações deve ser encaminhada à Procuradoria-Geral da República (PGR), a quem caberá decidir se apresenta ou não uma denúncia contra o ministro.
Apesar da posição do Planalto, dentro do PT cresce a avaliação de que o ministro deveria ser ejetado imediatamente do primeiro escalão do governo, já que é considerado um gestor apagado e com problemas judiciais, o que traz impactos negativos para a imagem da administração lulista.
Além disso, petistas se queixam de que o partido de Juscelino, o União Brasil, não é leal a Lula nem tem ajudado o governo em votações cruciais no Congresso Nacional.
Em nota, Juscelino contestou o indiciamento e alegou que a investigação “revira fatos antigos e que sequer são de minha responsabilidade enquanto parlamentar”. “O indiciamento é uma ação política e previsível, que parte de uma apuração que distorceu premissas, ignorou fatos e sequer ouviu a defesa sobre o escopo do inquérito”, afirmou.