Sábado, 05 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 20 de novembro de 2021
Um casal mineiro conseguiu embarcar com seu coelho após uma confusão no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Um vídeo que viralizou nas redes sociais mostra os passageiros discutindo com funcionários da companhia aérea KML por terem sido impedidos de pegar seu voo, agendado para quinta-feira (18), acompanhados do animal, embora tivessem uma autorização judicial.
Na gravação, é possível ver o dono do animal, Jorge Philipe Guadalupe, xingar uma funcionária da KML. Na sequência, ele é agredido por outro funcionário, dando início a uma briga. Também se escuta no vídeo o passageiro argumentar que possui autorização para levar seu coelho, chamado Alfredo, no voo.
De acordo com os advogados do casal, seus clientes conseguiram embarcar com o coelho nesta sexta-feira (19) sob escolta policial e depois de obterem nova ordem judicial. Eles afirmaram que os passageiros passaram mais de cinco horas prestando depoimento na delegacia do aeroporto.
Por meio de suas redes sociais, o casal comunicou neste sábado (20) que havia chegado no aeroporto de Amsterdã, na Holanda, de onde pegariam novo voo rumo à capital irlandesa Dublin. O casal agradeceu o apoio que recebeu e afirmou que estava bem, mas “muito cansado”.
“Tem que agradecer a todo mundo que está nos ajudando. Estamos bem, muito cansados, mas a gente já viu o tamanho, a proporção que tomou essa notícia, e a gente fica feliz que as pessoas estão do nosso lado”, disse Guadalupe em um story do Instagram, onde também publicou uma mensagem em nome de seu coelho.
“Olá pessoal! Aqui é o Alfredo, pedi para o papai escrever essa mensagem para mim. Estou muito feliz com todas as mensagens que estamos recebendo e todas as demonstrações de carinho e afeto! Quero dizer que estou bem, estou muito feliz por sinal, ganhei diversas frutas durante a viagem, estou agora aguardando com papai e mamãe o próximo vôo! Assim que eu chegar na Irlanda avisarei! Lambidinhas para todos vocês”, escreveu.
Em nota à imprensa, a KML afirmou que a situação foi gerada por um erro de comunicação interno. Segundo a companhia, a situação excepcional, autorizada por uma decisão judicial, não foi alertada a tripulação do voo.
Liminar
A Furno Petraglia e Pérez Advocacia, que presta assistência jurídica aos passageiros, disse em nota que obteve uma liminar em favor dos clientes em 12 de novembro, para que embarcassem com o coelho no voo da KLM com destino final a Dublin três dias depois. Na ocasião, diz a nota, a companhia aérea informou no processo que não iria cumprir “por falta de tempo”. Mesmo após a remarcação do voo para o último dia 17, segundo os advogados, a decisão foi novamente ignorada.
“Posteriormente, o voo foi alterado para o dia 18 de novembro pela própria KLM e, nesta ocasião, os clientes foram ao aeroporto, fizeram o check-in, pagaram a “taxa pet” do coelho cobrada pela companhia e, quando estavam no local de embarque (poucos minutos antes da decolagem do avião), foram retiradas da fila da aeronave sob a justificativa de que o comandante, autoridade máxima na aeronave, não autorizou o embarque deles”, afirmaram.
Os advogados disseram ainda que buscaram argumentar com o comandante, mas ele informou não se importar com a decisão judicial e retornou à aeronave, decolando sem os passageiros. Também afirmaram que os clientes foram agredidos enquanto buscavam auxílio da Polícia Federal para registrar o descumprimento da liminar.