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Por Redação O Sul | 27 de agosto de 2021
Na hora do desespero, o que vale é a criatividade. Pelo menos é isso o que mostra um levantamento realizado pelo Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP) sobre as desculpas mais comuns para fugir da blitz do bafômetro. Tristeza pelo fim do noivado, prótese dentária e até um coquetel alcóolico para gripe são algumas das justificativas para tentar evitar o pagamento de uma multa de quase R$ 3 mil e ainda perder o direito de dirigir por um ano.
Essas desculpas, porém, não convencem policias e agentes de trânsito. Em 2019, foram julgados 8.625 recursos, mas somente 177 foram deferidos – o que representa somente 2%. Até junho de 2021, foram analisados 743 recursos, dos quais apenas 18 foram deferidos. Por conta da pandemia da Covid-19, o Detran não realizou a Operação Direção Segura, que promove a redução e prevenção de acidentes de trânsito causados pelo consumo de álcool.
Frederico Pierotti Arantes, presidente do Conselho Estadual de Trânsito de São Paulo (Cetran), explica que a lei é clara e é de tolerância zero para a combinação de álcool e direção. “Muito embora a punição para estes casos não seja imediata, o resultado dos julgamentos dos recursos tem demonstrado tratar-se de justificativas quase sem nexo, resultando no indeferimento dos recursos e na manutenção da penalidade aplicada.”
De acordo com os artigos 165 e 165A do Código de Trânsito Brasileiro, dirigir sob a influência de álcool ou recusar-se ao teste do etilômetro são consideradas infrações gravíssimas, que podem levar a suspensão do direito de dirigir por 12 meses, além de multa de R$ 2.934,70.
Veja as desculpas mais comuns:
1-O condutor estava abalado pelo término do noivado e acabou bebendo para “afogar as mágoas”.
2-O motorista alegou que estava com os olhos vermelhos porque São Paulo é uma cidade muito poluída. Mas não era algo para se preocupar, pois já estava indo para o hotel descansar.
3-O condutor estava gripado e, para melhorar, tomou um remédio caseiro feito com mel, vinho do porto e gema de ovo. O coquetel era considerado um fortificante para os brônquios, mas longe de ser uma bebida alcóolica.
4-Havia ingerido bombons de licor.
5-O condutor afirmou que havia utilizado enxaguante bucal e desprevenidamente acabou engolindo o produto.
6-Não fez o bafômetro porque tinha prótese dentária e não quis passar constrangimento, já que tinha muita gente no local.
7-Não tinha ingerido álcool, apenas levado um amigo à rodoviária onde tomou um café com conhaque para melhorar a tosse e a gripe.
8-Estava saindo de um jantar em que comeu um prato que vinha com um molho contendo vinho na preparação.
9-Pede desculpas e promete ao Detran que agora será um motorista exemplar, que nunca mais fará nada errado.
10-A mangueira de combustível do carro estava entupindo o carburador, razão pela qual o condutor precisou succionar o equipamento e, acidentalmente, acabou engolindo álcool.