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Economia Atrito entre o presidente do BNDES e Fernando Haddad liga alerta no governo

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Último mal-estar ocorreu quando Mercadante anunciou em uma entrevista a intenção de promover um seminário para discutir um novo arcabouço fiscal

Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil
Último mal-estar ocorreu quando Mercadante (foto) anunciou em uma entrevista a intenção de promover um seminário para discutir um novo arcabouço fiscal. (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

O Palácio do Planalto ligou o alerta para as movimentações do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante. O temor é que o incômodo que elas têm provocado no ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e em sua equipe se transformem em um foco permanente de atrito no governo.

Ministros e interlocutores afirmam que há muito a relação entre Mercadante e Haddad não é boa. O último mal-estar ocorreu na semana retrasada, quando Mercadante anunciou em uma entrevista ao SBT a intenção de promover um seminário para discutir um novo arcabouço fiscal – algo que Haddad está incumbido de preparar em substituição ao teto de gastos – para apresentá-lo ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O anúncio pegou Haddad e sua equipe de surpresa. E auxiliares do ministro com quem o Valor conversou não disfarçaram o incômodo. Além disso, descrevem a sensação de que Mercadante está se colocando como um possível substituto caso a economia não decole e o ministro caia em desgraça. Essa impressão é compartilhada por fontes do Palácio do Planalto. Entretanto, ministros como Alexandre Padilha (Relações Institucionais) e Rui Costa (Casa Civil) não pretendem intervir, no momento.

“Eu não tenho nenhum problema pessoal com o Mercadante. A gente pode ter alguma divergência pontual, mas a gente se fala com frequência”, disse Haddad ao Valor. “Não há nenhuma disputa.”

Interlocutores de Mercadante também negam haver uma rusga entre ele e o ministro.

Conversa com o presidente

Segundo informações do Valor, entretanto, a questão já chegou a Lula, que teria conversado separadamente com Haddad e Mercadante. Mas há versões divergentes sobre a reação do mandatário. Parte das fontes relata que o presidente demonstrou incômodo com o comportamento de Mercadante. Outras dizem que Lula decidiu não interferir. “O estilo de Lula é deixar os conflitos soltos para ele arbitrar no fim”, diz um auxiliar do presidente.

Embora Haddad e interlocutores de Mercadante neguem, os dois não têm uma boa relação. Os atritos mais recentes começaram ainda na transição, quando Haddad manifestou a intenção de reonerar os combustíveis. Mercadante e parte da cúpula do PT colocaram-se contra e prevaleceram.

Fontes no Palácio e na equipe econômica, além disso, compartilham a impressão de que Mercadante montou no BNDES uma equipe pronta para auxiliá-lo no caso hipotético de ele de assumir a Fazenda. O time inclui o ex-ministro da Fazenda Nelson Barbosa e o economista André Lara Resende. Nos corredores do Planalto, foi apelidada de “Ministério da Fazenda Paralelo”.

Haddad, por sua vez, está sob pressão, conforme reconhecem até mesmo seus aliados. O ministro tem a difícil tarefa de reerguer a economia em um cenário de Orçamento apertado e em situação fiscal precária, após um ano de altos gastos promovidos pelo presidente Jair Bolsonaro na tentativa de se reeleger.

Arcabouço fiscal

O ministro avocou-se a tarefa de apresentar antes de abril um novo arcabouço fiscal. E, ainda no primeiro semestre, quer ter aprovada uma robusta reforma tributária no Congresso, algo que nenhum governo conseguiu nas últimas décadas. Além disso, a previsão é que no fim do ano o Brasil esteja em recessão técnica – dois semestres seguidos de contração econômica. Isso só contribui para deixar o ministro mais pressionado.

A seu favor, Haddad tem a confiança de Lula e o fato de ser uma aposta do presidente para sua sucessão, em 2026. Tornou-se conselheiro econômico do petista quando ele estava preso na sede da Polícia Federal em Curitiba, em 2018.

Advogado, Haddad foi colocado como integrante da equipe jurídica do presidente para poder visitá-lo na cadeia e conversar sobre economia, política e conjuntura. Das conversas no cárcere, surgiu a ideia de Lula de alçá-lo candidato à Presidência da República naquele mesmo ano. Foi ali que, dizem interlocutores do ministro, começou a azedar a relação de Haddad com setores da velha guarda do PT, da qual Mercadante faz parte.

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https://www.osul.com.br/atrito-mercadante-haddad-alerta-governo/ Atrito entre o presidente do BNDES e Fernando Haddad liga alerta no governo 2023-02-23
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