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Cultura Autor de “Código Da Vinci” publicou, em 1995, um guia humorístico com o pseudônimo de Danielle Brown

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Dan Brown durante coletiva de imprensa em janeiro de 2014. (Foto: Reprodução)

Chloe Gordon, cineasta de 32 anos, se descreve como “uma pessoa que ironicamente está envolvida com a obra do escritor Dan Brown”. Ela leu os oito livros, menos um, que Brown publicou com seu nome.

Assim, quando deparou com especulações na Internet identificando Brown como autor de um guia jocoso de encontros, datado de 1995, chamado 187 Men to Avoid: A Survival Guide for the Romantically Frustrated Woman, ela imediatamente o encomendou na Amazon.

O livro de 96 páginas, originalmente publicado sob o nome de Danielle Brown, promete descrições muito breves de homens que a autora considera parceiros inadequados – um livro que é um sinal de alerta, se preferir, “Homens que acham que Lamaze é um famoso carro de corrida francês”, por exemplo. “Homens que fazem decoupage”, ou “homens com uma pedra de estimação”.

Mas quando recebeu a encomenda, ela percebeu que o livro que chegou era errado (Heretics of Dune, um romance de ficção científica de 1984, escrito por Frank Herbert). Por um ano ou mais ela esqueceu o caso e novamente encomendou o livro. Desta vez recebeu, no lugar do pedido, um livro de memórias de Elizabeth Taylor, de 1988, Elizabeth Takes Off.

Como por duas vezes teve problemas com a Amazon, Chloe decidiu encomendar o livro no Ebay. Pagou pelo livro e dias depois recebeu um reembolso e um e-mail explicando que ele não estava mais no estoque. Ela então encomendou um exemplar de outro vendedor. Novamente a encomenda foi cancelada e o dinheiro pago devolvido.

Chloe Gordon, que vive na Califórnia, não desistiu. Recorreu à AbeBooks, subsidiária da Amazon. E mais uma vez não recebeu 187 Men to Avoid, mas The Ghost Light, de Fritz Leiber.

Em 19 de julho ela se filmou abrindo o mais recente pacote recebido da Amazon, e era um livro com reflexões de Bill Cosby sobre a juventude chamado Childhood, que postou no Twitter, escrevendo “Oh, não. Está cada vez pior”.

“Isto confunde minha mente todo dia”, disse ela pelo telefone, quando o exemplar do livro de Cosby chegou. Cada livro recebido tinha o mesmo código de barra impresso na capa – e a maior parte das capas mostravam um rótulo adicional dos revendedores identificando-os insistentemente como 187 Men to Avoid. E cada rótulo era claramente falso.

Por que esse erro também ocorre com cada vendedor de segunda-mão independente? “Até hoje não tenho nenhuma prova de que esse livro é real ou existe”, disse Chloe.

Informações sobre o livro fino, em forma de quadrado, são difíceis de obter. Mas tanto a edição original de 1995 e uma reedição da Berkley Trade publicada em 2006 estão listadas em vários locais online. As capas são quase idênticas – uma mulher loira desenhada com os pés tortos e com um casaco vermelho e chapéu se encolhe como se para se proteger de costas para um grande grupo de homens de terno. A reedição de 2006 traz um texto na capa que diz: “Early Humor from the Author of Da Vinci Code” (primeiro livro de humor do autor de O Código Da Vinci) e reformula o nome do autor como “Dan Brown formerly Writing As Danielle Brown”.

Dados do NPD BookScan, que monitora dados de vendas de livros desde a década de 2.000, mostram que a edição de 2006 vendeu 1.200 exemplares.

Chloe Gordon começou a pensar em teorias de conspiração, até sobre uma possível existência de “alguém do mesmo depósito que estaria colocando o código de barras errado em todos os livros”.

Mas quais seriam os motivos dessa pessoa para falsificar dados de um livro de humor sobre relações amorosas de 1995 e esgotado?

“Não há nenhuma versão disto que tenha sentido”, disse Chloe. “Se estivesse usando o cérebro de detetive de Dan Brown obviamente ele estaria colocando códigos de barra em livros falsos para ninguém jamais ver esse livro embaraçoso que escreveu nos anos 1990.”

Prova de existência

Em 1995, ano em que 187 Men to Avoid foi publicado, Brown trabalhava como professor de inglês no ensino médio da sua alma mater, Phillips Exeter Academy, em New Hampshire e começava a escrever seu primeiro romance: o thriller Fortaleza Digital.

As circunstâncias coincidem claramente com a biografia da autora de 187 Men to Avoid: “Danielle Brown atualmente vive na Nova Inglaterra – dando aulas, escrevendo livros e evitando homens”.

Na segunda biografia não autorizada de Dan Brown, escrita por Lisa Rogak, Dan Brown: The Unauthorized Biography (uma sequência do livro de 2013, The Man Behind the Da Vinci Code: An Unauthorized Biography of Dan Brown, publicado em 2005), Rogak, uma cronista exaustiva, embora com frequência não autorizada, de vidas de celebridades, diz que Brown escreveu o livro com sua futura ex-mulher Blythe Brown.

Segundo afirma, a dupla (que não estava casada quando 187 Men to Avoid foi publicado) se inspirou para o livro “em personagens e métodos de namoro e relações sexuais ridículos de homens e mulheres que observaram” quando viviam em Los Angeles.

A pesquisa de Rogak também a acabou levando a um raro reconhecimento público de Brown de 187 Men to Avoid, por ocasião de uma entrevista sobre seu romance Anjos e Demônios, publicado em 2000.

A entrevista, publicada no The Book Review Café, um website que não existe mais, cita uma frase que teria sido dele: “Sim, escrevi um livro antes de Fortaleza Digital. Um livro bobo, jocoso, cujo título será para sempre um segredo! Acho que agora está esgotado”.

O editor de Brown disse que ele não estava disponível para comentários para este artigo. Um publicitário da Brown disse que também não estava disponível para comentários.

Apesar do segredo esperado por Brown, 187 Homens a Evitar tem sido um detalhe em sua página na Wikipédia desde janeiro de 2006.

Foi acrescentado ali por Elonka Dunin, criptógrafa e consultora de gestão. Dunin, que realizou dezenas de milhões de correções de artigos para a Wikipédia, é amiga de Brown. Numa entrevista por telefone, ela disse que o conheceu por ocasião de um concurso promovido no website DanBrown.com. Os participantes que resolvessem uma série de enigmas incorporados na sobrecapa do livro ganhariam uma viagem grátis para duas pessoas para Paris, onde grande parte do livro é ambientado.

Dois dos enigmas tinham relação com Kryptos, uma escultura do artista Jim Sanborn que fica na sede da CIA em Langley, Virginia. A obra incorporava quatro mensagens codificadas – uma continua sem solução (Dunin é conhecida como especialista na escultura, famosa entre os entusiastas por enigmas).

“Ele queria conversar comigo sobre a escultura pois iria falar sobre ela no programa Good Morning America”, disse ela.

Dunin continuou a manter contato com Brown depois dessa conversa e se correspondeu com ele para confirmar dados biográficos para expandir a página sobre ele na Wikipedia. Ela acha que soube da existência de 187 Men to Avoid pesquisando o nome do escritor no catálogo de uma biblioteca. Ela com frequência recorre à Biblioteca do Congresso para obter referências, afirmou.

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https://www.osul.com.br/autor-de-codigo-da-vinci-publicou-em-1995-um-guia-humoristico-com-o-pseudonimo-de-danielle-brown/ Autor de “Código Da Vinci” publicou, em 1995, um guia humorístico com o pseudônimo de Danielle Brown 2021-08-15
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