Quarta-feira, 16 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 1 de novembro de 2022
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta terça-feira (1°) que as manifestações em rodovias feitas caminhoneiros e outros apoiadores que contestam o resultado das eleições devem-se a uma indignação com o processo eleitoral que resultou em sua derrota para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O atual presidente defendeu, no entanto, o direito de ir e vir da população.
“Os atuais movimentos populares são frutos de indignação e sentimento de injustiça de como se deu o processo eleitoral. As manifestações pacíficas sempre serão bem-vindas, mas os nossos métodos não podem ser os da esquerda, que sempre prejudicaram a população, como invasão de propriedade, destruição de patrimônio e cerceamento do direito de ir e vir”, disse o presidente em pronunciamento nesta terça-feira, em sua primeira fala desde a derrota no domingo.
As manifestações têm sido realizadas por grupos de apoiadores de Bolsonaro que interditavam estradas de 20 Estados e do Distrito Federal na manhã desta terça-feira, apesar de decisões judiciais determinando o desbloqueio. Alguns manifestantes defendem uma intervenção militar para impedir Lula de tomar posse em janeiro.
O silêncio de Bolsonaro e desinformações disseminadas nas redes sociais acabaram alimentando os protestos nos diversos pontos do País. A falta de manifestação do presidente foi interpretada por alguns apoiadores como parte do processo que supostamente permitiria uma intervenção militar.
Em sua fala, Bolsonaro não reconheceu a vitória de Lula, mas logo após o pronunciamento do presidente o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, confirmou conversações com o PT para o início da transição de governo.
Diante das interdições nas rodovias, distribuidoras de combustíveis avaliaram que a situação de abastecimento do país é bastante crítica, afirmou à Reuters a diretora de Downstream do Instituto Brasileiro do Petróleo (IBP), Valéria Lima.
Bolsonaro também afirmou que vai cumprir a Constituição Federal e mencionou sua condição de líder de milhões de brasileiros. “Enquanto presidente da República e cidadão, continuarei cumprindo todos os mandamentos da nossa Constituição. É uma honra ser o líder de milhões de brasileiros que, como eu, defendem a liberdade econômica, a liberdade religiosa, a liberdade de opinião, a honestidade e as cores verde e amarela da nossa bandeira”.
Supremo
Em nota divulgada no final da tarde desta terça, o Supremo Tribunal Federal (STF) destacou a importância do pronunciamento de Bolsonaro.
“O Supremo Tribunal Federal consigna a importância do pronunciamento do presidente da República em garantir o direito de ir e vir em relação aos bloqueios e, ao determinar o início da transição, reconhecer o resultado final das eleições”, declarou a Corte.
Após o pronunciamento no Palácio da Alvorada, Bolsonaro foi ao Supremo e se encontrou com a presidente da Corte, ministra Rosa Weber, e mais seis ministros. O presidente estava acompanhado do ministro da Economia, Paulo Guedes. A reunião ocorreu a portas fechadas e durou cerca de uma hora.
Segundo a assessoria de imprensa do tribunal, a reunião foi uma visita institucional feita por Bolsonaro em que foi destacada “a importância da paz e harmonia para o bem do Brasil”.
Também participaram da reunião os ministros Gilmar Mendes, Luiz Fux, Edson Fachin, Nunes Marques, André Mendonça e Alexandre de Moraes. As informações são da agência de notícias Reuters e da Agência Brasil.