Sábado, 28 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 27 de agosto de 2019
O presidente Jair Bolsonaro disse nesta terça-feira (27) que pode conversar sobre a possibilidade de aceitar uma ajuda de ao menos 20 milhões de euros do G7 para combater queimadas na Amazônia, desde que o presidente francês, Emmanuel Macron, retire “insultos” que fez a ele. As informações são da agência de notícias Reuters e do jornal Folha de S.Paulo.
Em entrevista a jornalistas na saída do Palácio da Alvorada, Bolsonaro negou que o governo tenha decidido recusar a ajuda anunciada por Macron após reunião do G7, como afirmou o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, na segunda-feira.
“Eu falei isso? Eu falei? O presidente Bolsonaro falou?”, indagou o presidente, quando questionado pelos repórteres.
“Primeiramente, o seu Macron tem que retirar os insultos que fez à minha pessoa. Primeiro ele me chamou de mentiroso. Depois, informações que eu tive, de que a nossa soberania está em aberto na Amazônia. Então, realmente, para conversar ou aceitar qualquer coisa da França, que seja das melhores intenções possíveis, ele vai ter que retirar essas palavras, daí a gente pode conversar”, acrescentou.
Bolsonaro e Macron têm trocado farpas publicamente nos últimos dias por causa do aumento das queimadas na Amazônia, e o presidente francês chegou a falar da possibilidade de um status internacional para a floresta.
A guerra de palavras incluiu insultos a Macron por parte de ministros do governo Bolsonaro, além do presidente ter endossado uma publicação em rede social ofensiva à primeira-dama francesa, Brigitte Macron.
O líder francês, por sua vez, disse que Bolsonaro mentiu durante encontro que teve com ele no G20 e afirmou esperar que os brasileiros tenham rapidamente um presidente que se comporte à altura do cargo.
Primeira-dama
Bolsonaro negou nesta nesta terça-feira ter ofendido a primeira-dama da França, Brigitte Macron, ao comentar uma postagem em uma rede social na qual um usuário comparava imagens dela e da primeira-dama do Brasil, Michelle Bolsonaro.
Questionado se pediria desculpas a Brigitte, após zombar da aparência dela, Bolsonaro disse que não a ofendeu e, irritado com a insistência dos repórteres, encerrou a entrevista, acrescentando que os jornalistas “não merecem a consideração”.
“Não queiram levar para esse lado, que a questão pessoal e familiar eu não me meto. Eu sei porque falei para o cara não entrar nessa área. Se continuar pergunta nesse padrão, vai acabar a entrevista, vai acabar a entrevista”, repetiu.
“Eu não botei aquela foto [de Brigitte]. Alguém que botou a foto lá, e eu falei para não falar besteira”, justificou. “Realmente, o jornalismo, vocês não merecem a consideração”, disse Bolsonaro, abandonando a entrevista.
No final de semana, ao comentar uma publicação do presidente brasileiro em sua página no Facebook, o seguidor Rodrigo Andreaça escreveu: “É inveja presidente do Macron pode crê (sic)”.
A mensagem foi publicada junto a uma imagem, na qual se vê uma foto de Bolsonaro e de sua esposa, Michelle Bolsonaro, abaixo de um retrato de Macron e de sua mulher, Brigitte.
O perfil de Bolsonaro respondeu a Andreaça: “Não humilha, cara. Kkkkkkk”, dando a entender que as recentes críticas de Macron ao presidente brasileiro seriam motivadas por inveja da esposa do brasileiro.