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Brasil Bolsonaro pediu disciplina e criticou “ideologia de gênero” em entrega de colégio da Polícia Militar do Rio de Janeiro

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Bolsonaro falou durante cerimônia que também homenageou seu pai. (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, pediu na manhã desta segunda-feira (17) “disciplina” e “hierarquia” ao participar da inauguração do 3° Colégio da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. No seu rápido discurso, Bolsonaro criticou a ideologia de gênero e disse que a iniciativa da prefeitura local em parceria com a polícia militar “era um modelo de educação”.

“Os colégios militarizados estão na frente em grande parte dos demais. Não tem nada a ver com a qualidade dos professores, que é muito parecida. É que perdeu-se ao longo do tempo a possibilidade do exercício da autoridade por parte dos mestres. Muitos conseguem manter isso ainda, mas como regra isso foi deixado para atrás” , afirmou o presidente eleito.

“Com o tempo começou se a instituir outras coisas à sociedade, como, por exemplo, a mal fadada ideologia de gênero, dizendo que ninguém nasce homem ou mulher, que isso é uma construção da sociedade. Isso é uma negação a quem é cristão e acredita no ser humano. Ou se nasce homem, ou se nasce mulher”, acrescentou.

A escola da PM recebeu o nome de Percy Geraldo Bolsonaro, pai do presidente eleito. O colégio iniciará suas atividades no dia 5 de fevereiro de 2019, com duas turmas de 30 alunos cada do 6º ano do ensino fundamental.

Os ​primeiros 60 alunos foram selecionados pelo concurso de ingressos. Das 60 vagas oferecidas, 90% são destinadas a filhos e órfãos de policiais militares, e 10% para filhos de bombeiros militares. “A educação é o que realmente move uma sociedade, move um país. O nosso Brasil praticamente é um país onde praticamente quase nada temos sobre pesquisa, desenvolvimento e inovação. O país que não tenha uma base sólida nesses quesitos está condenado a ser escravo de quem os tenha”, afirmou Bolsonaro.

“Ninguém consegue ordem e progresso se não tiver disciplina e hierarquia”, acrescentou. No final, Bolsonaro fez uma “sugestão” aos administradores da escola. Ele pediu para ser escrita no muro uma citação bíblica (João 8:32): “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. “O Brasil precisa de verdade. O Brasil precisa de pessoas que se preocupam com o futuro da juventude”, disse o presidente eleito. Depois da solenidade, Bolsonaro e Flavio Bolsonaro, eleito senador, não deram entrevista.

Ideologia de gênero

A discussão sobre uma suposta doutrinação ideológica nas escolas sobre questões de gênero e sexualidade, que alavancou a carreira e candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência da República, não é uma retórica isolada ou original, circunscrita ao contexto brasileiro. Movimentos que se opõem a discussões sobre gênero nas escolas ganham força desde a década de 1990, em mais de 50 países.

Entre os detratores pelo mundo, reforça-se o discurso de que há um ataque orquestrado por militantes da esquerda marxista ao conceito tradicional de família. Por outro lado, estudiosos defendem que a abordagem educacional da identidade de gênero pode colaborar com o combate a problemas como gravidez na adolescência, violência contra a mulher e homofobia.

Conceito

O conceito de gênero foi adotado num documento intergovernamental pela primeira vez na Conferência de População do Cairo, na Assembleia Geral da ONU de 1994

Em 1997, escritora Dale O’Leary publica “Agenda de Gênero: redefinindo a igualdade”, que critica o feminismo por, segundo ela, fomentar uma ideologia que desrespeitaria diferenças biológicas.

O termo “Ideologia de gênero” aparece pela primeira vez em 1998, em um documento eclesiástico, em uma nota da Conferência Episcopal do Peru, intitulada “A ideologia de gênero: seus perigos e alcances”. Isso é demonstrado no artigo “Ideologia de gênero”: a gênese de uma categoria política reacionária – ou: a promoção dos direitos humanos se tornou uma “ameaça à família natural?”, de Rogério Diniz Junqueira, da Unb.

Vaticano 

Em 2000, a expressão aparece em documento da Cúria Romana, com a publicação de “Família, Matrimônio e Uniões de fato”, do Conselho Pontifício para a Família.

É publicado em 2003 o mais amplo texto da Igreja católica elaborado sobre o tema: “Lexicon: termos ambíguos e discutidos sobre família, vida e questões éticas”. Em relação à educação sexual, o Lexicon se posiciona pelo primado da família e sublinha os limites da educação sexual no âmbito escolar. O feminismo é apontado como problemático. Um dos autores que tratam da ação do vaticano com relação ao tema é David Patternote, da Universidade Livre de Bruxelas

Papa 

Em 2008, já na condição de Papa Bento 16, Joseph Ratzinger descreve gênero como algo que contrariaria e desprezaria a natureza, e poderia levá-la à autodestruição. Estudiosos, como a francesa Sara Garbagnoli, observam que pronunciamentos parecem ter agido como sinal verde para eclosão de um movimento internacional antigênero.

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