Quarta-feira, 24 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 6 de julho de 2019
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) vai convidar o ministro da Justiça e Segurança, Sérgio Moro, para acompanhar a final da Copa América, neste domingo (07), no estádio Maracanã, no Rio de Janeiro. Ele afirmou que a opinião popular sobre Moro vai aparecer de acordo com a reação dos torcedores presentes.
“Pretendo domingo não só ir assistir à final do Brasil com Peru. Bem como, se for possível, se a segurança permitir, irei com Sérgio Moro junto ao gramado. O povo vai dizer se estamos certos ou não”, afirmou Bolsonaro ao participar de evento de aniversário da guarda presidencial, nesta sexta-feira (05).
De acordo com o Comitê Organizador da Copa América, cerca de 60 mil ingressos para a final já foram comercializados. A carga máxima prevista é de 70 mil torcedores no Maracanã. O preço dos ingressos varia de R$ 130 a R$ 890, de acordo com os organizadores.
O presidente voltou a defender seu ministro da Justiça, que teve conversas com procuradores da Lava-Jato vazada pelo site Intercept. Lideranças da oposição consideram que as conversas deixam claro que Moro, ainda como juiz federal, atuou politicamente ao orientar e dar dicas aos procuradores do Ministério Público.
Questionado sobre os vazamentos de conversas de Moro, Bolsonaro criticou o fato de que as informações sobre Adélio Bispo, autor do atentado em Juiz de Fora, estão sendo esquecidas pela imprensa. “Falam tanto do caso do Moro e telefone, e vocês não vão dar nenhuma forcinha para o caso Adélio?”, respondeu o presidente.
“Vaia até minuto de silêncio”
Já o presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM), em entrevista nesta sexta-feira, afirmou que não aceitaria eventual convite do presidente para acompanhar a final da Copa América no estádio. “O Maracanã vaia até minuto de silêncio. Vou ficar em Brasília trabalhando a reforma da previdência”, disse Maia, deputado eleito pelo Rio de Janeiro.
Nota
Na manhã desta sexta-feira, Sérgio Moro publicou uma nota comentando a capa da última edição de Veja, “Justiça com as próprias mãos”. A reportagem traz diálogos inéditos analisados pela parceria Veja e o site The Intercept Brasil mostrando irregularidades cometidas por Moro como juiz da Lava-Jato.
Fora dos autos, ele pediu à acusação que incluísse provas aos processos que chegariam depois às suas mãos, mandou acelerar ou retardar operações e fez pressão para que determinadas delações não andassem. Além disso, revelam os diálogos, comportou-se como chefe do Ministério Público Federal, posição incompatível com a neutralidade exigida de um juiz. Na privacidade dos chats do Telegram, Moro revisou peças de procuradores e até deu bronca neles.