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Geral Bolsonaro se convence, muda o tom e escala time para abrir diálogo com os demais Poderes

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Ação Direta de Inconstitucionalidade tem como autor o próprio presidente. (Foto: Isac Nóbrega/PR)

Evocado pelo ministro das Comunicações, Fabio Faria (PSD), na sua posse, o “armistício patriótico” começou antes de sua chegada ao governo de Jair Bolsonaro. O presidente já havia enviado emissários para abrir frentes de diálogo com os demais Poderes e decidido reduzir as declarações no cercadinho do Palácio da Alvorada quando, naquela semana, o clima esquentou no Planalto. A prisão da extremista Sara Giromini, a quebra do sigilo fiscal de 11 parlamentares bolsonaristas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e a prisão de Fabrício Queiroz, ex-assessor do senador Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), elevaram a tensão do presidente e seu entorno.

No time escalado para construir uma espécie de conciliação com os outros Poderes estavam os ministros da Secretaria Geral da Presidência, Jorge Oliveira; da Defesa, Fernando Azevedo e Silva; da Justiça, André Mendonça; da Advocacia-Geral da União, José Levi do Amaral, da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos, e também o então deputado federal Fabio Faria (PSD-RN), que depois veio a se tornar ministro. Filho “zero um” de Bolsonaro, Flávio também atuou para tranquilizar o pai. Seu papel, segundo aliados do senador, foi o de salientar a Bolsonaro que as acusações não tinham relação com o governo.

Nos primeiros dias de junho, a equipe saiu em campo para, de forma discreta, dar início a uma rodada de reuniões. Jorge Oliveira, André Mendonça, Fernando Azevedo e Luiz Eduardo Ramos visitaram individualmente ministros do Supremo e também do Tribunal de Contas da União (TCU). O próprio Bolsonaro convidou o ministro Augusto Nardes, do TCU, para um café em seu gabinete no Planalto. Articulador político do governo, Ramos almoçou com os presidentes da Câmara e do Senado. E Fabio Fabia ajudou a distensionar a relação com Rodrigo Maia (DEM-RJ), de quem é muito amigo, e com o presidente do STF, Dias Toffoli, com quem mantém boa relação.

Mais experiente do time, Fernando Azevedo e Silva se aproveitou da vivência acumulada em um período conturbado da política brasileira para ajudar a convencer Bolsonaro sobre uma mudança de atitude. Ele foi o chefe da Ajudância de Ordens do então presidente Fernando Collor de Mello, de 1990 até sua renúncia, em 1992, provocada por um pedido de impeachment. A pedido do comandante do Exército na época, Azevedo e Silva cumpriu a missão de acompanhar Collor até o seu último dia no governo. Como uma sombra sempre ao lado do presidente, o hoje ministro da Defesa assistiu a todos os passos da queda e presenciou reuniões importantes.

A experiência desse tempo ajudou Azevedo e Silva a levar a Bolsonaro as ponderações para lidar com momentos difíceis do atual governo. O militar é um defensor do diálogo. A interlocutores, diz sempre apostar na boa conversa para construir pontes e dissolver problemas. Segundo ministros do Planalto, seu perfil conciliador encontra endosso nos colegas Jorge Oliveira e André Mendonça, com personalidades consideradas parecidas.

Jorge herdou do pai, Jorge de Oliveira Francisco, ex-assessor de Bolsonaro na Câmara, a tranquilidade da fala e a voz suave capaz de dizer verdades sem magoar o presidente. Para um integrante do governo, depois dos filhos de Bolsonaro, só Jorge consegue ter um diálogo mais duro e sincero “sem rodeios” com Bolsonaro. Segundo aliados, seu pai, Francisco, era um dos poucos com influência sobre o mandatário.

No último dia 17, Bolsonaro avisou aos auxiliares que não mais daria as declarações diárias a apoiadores no cercadinho do Palácio do Alvorada. Assessores no gabinete presidencial ficaram em festa. Finalmente, o presidente se convencera dos riscos e dos prejuízos causados pelas falas. O ministro do Gabinete de Segurança Institucional, Augusto Heleno, vibrou. Ele sempre argumentou sobre os riscos do presidente se expor frequentemente no local e, segundo aliados, já havia tentado sem sucesso reduzir suas paradas lá.

Um ministro importante resume os motivos da mudança: “ele se convenceu”. Orientações sempre chegaram de vários “atores”, mas o que mudou foi a convicção do presidente. Bolsonaro, que antes apostava no radicalismo para manter a base aquecida, deu mostras de que apostará numa nova estratégia para acalmar os ânimos que começaram a ficar acirrados demais.

Em busca da pacificação, primeiro, Bolsonaro resolveu mudar a interlocução com o Congresso e chamou os presidentes de partidos para “reuniões de cortesias” no Planalto. Depois, abriu espaços para que os partidos fizessem novas indicações em estatais e presidências de bancos oficiais. Apesar das declarações em contrário, para atender apoiadores das redes sociais, as ações seguiam um novo rito que permitiria montar uma base mais consistente na Câmara e no Senado. As informações são do jornal O Globo.

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