Quinta-feira, 03 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 29 de outubro de 2020
Em visita ao Maranhão nesta quinta-feira (29), o presidente Jair Bolsonaro voltou a dizer que não existe corrupção em seu governo e dessa vez incluiu neste feito não apenas seus ministros, mas também os parlamentares aliados do governo.
“Estamos fazendo mais com menos. E como disse o senador aqui, não existe uma só notícia de corrupção em nosso governo. Isso devemos obviamente pelos ministros e pelos parlamentares que trabalham em conjunto visando um só objetivo, o bem-estar do seu Estado e do nosso Brasil”, discursou Bolsonaro ao participar da inauguração de um trecho da BR-135, em São Luís.
Há duas semanas, em uma operação sobre desvios de recursos da saúde em Roraima, a Polícia Federal fez buscas na casa do senador Chico Rodrigues (DEM-RR), então vice-líder do governo no Senado e envolvido nas denúncias.
Os policiais fizeram uma busca pessoal no senador ao desconfiar que ele escondia dinheiro nas roupas e encontraram cédulas na cueca e entre as nádegas de Rodrigues.
Bolsonaro exonerou o senador da vice-liderança no mesmo dia, enquanto aliados tentavam distanciar o governo do escândalo alegando que parlamentares, mesmo sendo vice-líderes, não eram parte do governo.
Proximidade com o centrão
Em uma longa conversa com apoiadores, na noite de quarta-feira, Bolsonaro justificou a proximidade com o centrão e afirmou que esta é “a regra do jogo” em Brasília.
“Alguns criticam que estou me aproximando de determinados partidos. Deputados são 513. Para aprovar uma emenda constitucional precisa de 308 votos. Me aponte os 308 que eu tenho que conversar com eles”, disse o presidente.
“Não me critica ‘ah, se aproximou de tal pessoa que não presta’. Eu preciso desse voto para aprovar as coisas que interessam para a gente. Como é que vou fugir dele?”
“Essa é a regra do jogo”, completou o presidente aos seus apoiadores.
Depois de criar uma relação de confronto direto com o Congresso pela maior parte de seus quase dois anos de governo, Bolsonaro foi convencido por aliados a baixar o tom e se aproximar das siglas do chamado centrão para preservar seu mandato e facilitar a aprovação de medidas propostas no Congresso.
Nos últimos meses, o presidente trocou o líder do governo na Câmara, tirando Vitor Hugo (PSL-GO), com que tinha bastante proximidade mas que tinha dificuldades de relacionamento na Câmara, pelo deputado veterano Ricardo Barros (PP-PR), ofereceu cargos de segundo e terceiro escalão no governo para os partidos do centrão e passou a ter entre seus principais conselheiros o senador Ciro Nogueira (PP-PI) e o deputado Arthur Lira (PP-AL), ambos investigados pela operação Lava-Jato. As informações são da agência de notícias Reuters.