Domingo, 05 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 8 de junho de 2019
O vice-presidente, general Hamilton Mourão, errou ao dizer, em entrevista à revista “Época” publicada hoje, que o filho Carlos do presidente Jair Bolsonaro andava sumido. Foi apenas uma citação, mas o suficiente para irritar aquele que o próprio Bolsonaro classifica como seu “filho pitbull”.
Mourão só respondeu a uma pergunta do colunista Guilherme Amado. sem se estender. Veja o trecho da entrevista: “As coisas deram uma acalmada na relação entre os núcleos militar e ideológico, não? Depois de o Olavo de Carvalho atacar o general Eduardo Villas Bôas, debochando da doença dele, aquilo meio que foi o fundo do poço da relação entre militares e olavistas, não foi?
Foi. Alguém chegou para essa turma (os olavistas) e disse: “Chega”. Acho que o próprio presidente pode ter feito isso.
Foi o presidente que fez isso?
Não sei.
O ministro Augusto Heleno?
Não sei.
O vereador Carlos Bolsonaro parece ter sido controlado. Foi?
O Carlos sumiu.”
Então, Carlos Bolsonaro respondeu no Twitter com um post pedindo a volta do “presidente de verdade” da Argentina. Enquanto seu pai estava viajando, o cargo foi ocupado pelo vice-presidente da República, o general Mourão
Não erra só o Mourão ao dizer que o Carlos sumiu. Também erra quem imagina que acabou a encrenca dos militares com os bolsonaristas, estes capitaneados pelos filhos do presidente e pelo guru da turma, o escritor Olavo de Carvalho.
Outras críticas
O secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, Otávio Brandelli, caiu nas graças do vice-presidente Hamilton Mourão. Em entrevista à coluna de Guilherme Amado, Mourão disse que o número 2 do Itamaraty “é um cara de fé. Eu o levaria para a guerra comigo”. Para o vice-presidente, Brandelli é respeitado como força de moderação na diplomacia brasileira. Mas Mourão não poupou o assessor para assuntos internacionais da Presidência da República, Filipe Martins. Segundo o vice-presidente, “o Filipe fica falando no ouvido do presidente. O negócio dele é no Twitter”.
A resposta do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, às declarações dadas por Mourão à revista “Época” saiu em uma rede social. Araújo publicou uma foto dele com Brandelli, de quem é amigo pessoal, agradecendo “pela fidelidade exemplar, pela identidade de nossas ideias e pelo seu compromisso total com o nosso projeto de política externa”. Sobre Filipe Martins, Ernesto Araújo afirmou que ele e o assessor presidencial estão colocando a política externa “no rumo que havia perdido e que recuperou graças à visão e liderança do presidente Bolsonaro: a promoção dos interesses do povo brasileiro, em lugar dos clichês e do discurso vazio”.