Sábado, 05 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 3 de dezembro de 2021
A possível aliança entre o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin, que está de saída do PSDB, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tem desagradado alguns setores da esquerda. O PSOL, que pela primeira vez desde a sua fundação cogita não ter candidato à Presidência da República para apoiar o petista, é um dos focos de resistência.
Em entrevista ao jornal Valor Econômico, o presidente do PSOL, Juliano Medeiros, afirmou na última quarta-feira que considera “descabido ter um sujeito como Alckmin compondo uma frente das esquerdas”. O PSOL foi fundado em 2004 por parlamentares que haviam sido expulsos do PT por votarem contra a reforma da Previdência no início do primeiro governo Lula.
O PSOL vem mantendo a disposição de endossar a candidatura de Lula mesmo com a resistência dos petistas em apoiar a candidatura do líder sem-teto Guilherme Boulos ao governo de São Paulo. Dentro da cúpula do partido, há resignação com a consolidação de um cenário em que Boulos enfrentaria o ex-prefeito Fernando Haddad (PT) na disputa paulista de 2022.
O PSB, provável destino de Alckmin caso o ex-governador aceite ser vice de Lula, exige que Haddad deixe a disputa e o PT apoie o ex-governador Márcio França. Os petistas não cogitam essa hipótese.
A possibilidade de união dos partidos de esquerda em uma única chapa em São Paulo não é considerada por nenhum dos lados e não tem feito parte das conversas.
Centrais sindicais
Em reunião na manhã do último dia 29, o ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin ouviu um apelo de dirigentes de centrais sindicais para que aceite ser vice na chapa encabeçada pelo ex-presidente Lula. Estavam presentes os comandos da Força Sindical, UGT, Nova Central e CTB. Dirigentes sindicais afirmaram ter deixado claro ao ex-governador que o querem ao lado do petista em 2022.
Em resposta, segundo três participantes do encontro, Alckmin disse ter se preparado novamente para concorrer ao governo do Estado, mas afirmou que “surgiu a hipótese federal”. Essa hipótese exigirá trabalho, mas, segundo o ex-governador, “caminha”.
“Preparei-me novamente para ser governador do estado. Surgiu a hipótese federal. Os desafios são grandes. Essa hipótese caminha e eu considero essa reunião com as quatro principais centrais histórica”, afirmou Alckmin, de acordo com os relatos. As informações são do jornal O Globo.