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Ciência Cientistas que usaram evolução para criar proteínas ganham o Prêmio Nobel de Química

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Anúncio foi feito na Academia Real Sueca de Ciências. (Foto: Reprodução/YouTube)

Ter em mãos o poder da evolução. Três pesquisadores que conseguiram fazer algo próximo a isso ganharam o Nobel de Química de 2018. Os vencedores foram Frances H. Arnold, dos EUA, George P. Smith, também dos EUA e Gregory P. Winter, do Reino Unido.

Os pesquisadores levaram a evolução para os tubos de ensaio, tornando o processo mais rápido e fácil. Com alterações e seleção genética, eles conseguiram desenvolver proteínas que ajudaram a solucionar alguns dos problemas químicos da sociedade.

O anúncio dos vencedores foi feito na manhã desta quarta (3), na Academia Real Sueca de Ciências, em Estocolmo, na Suécia.

Metade da premiação em dinheiro (9 milhões de coroas suecas, valor equivalente a cerca de R$ 4 milhões) será de Frances Arnold, responsável, em 1993, pela primeira evolução dirigida de enzimas —proteínas que catalisam, ou seja, facilitam reações químicas. Nesse experimento, a melhor proteína conseguida após análise das mutações era uma enzima 256 vezes melhor do que a original.

A pesquisa de Arnold, cientista do Instituto de Tecnologia da Califórnia, possibilita atualmente a produção de substâncias químicas mais amigáveis do ponto de vista ambiental além da possibilidade de desenvolvimento de combustíveis renováveis menos poluentes.

Arnold é a quinta mulher a ganhar o Prêmio Nobel de Química. A última vencedora foi Ada E. Yonath, em 2009.

A outra metade do prêmio será dividida entre George Smith, da Universidade do Missouri, e Gregory Winter, do MRC Laboratório de Biologia Molecular.

Smith é responsável pelo desenvolvimento, 1985, de um mecanismo no qual um bacteriófago —vírus que infecta bactérias— é usado para criar novas proteínas.

Winter, por sua vez, usou esse mecanismo para a evolução dirigida de anticorpos, o que já resultou em novas drogas. O primeiro medicamento a ser produzido a partir desse método —o adalimumab— foi aprovado em 2002 e é usado para o tratamento de artrite reumatoide, psoríase e doença inflamatória intestinal.

O mesmo mecanismo já possibilita hoje a criação de anticorpos que podem neutralizar toxinas, frear doenças do sistema imune e até mesmo curar câncer metastático, com imunoterápicos —área de pesquisa vencedora do Nobel de Medicina de 2018.

Segundo Sara Snogerup Linse, membro do Comitê do Nobel para Química, Arnold (na área de biocombustíveis) e Winter (com anticorpos) já detêm patentes relacionadas às suas pesquisas.

Para ter controle sobre a evolução, Arnold tomou em suas mãos a seleção natural —pelo menos quanto as enzimas com as quais estava trabalhando.

A cientista inseriu mutações nos genes de uma enzima e colocou esse código genético mutante em uma bactéria, que acabou por gerar milhares de variações da enzima original.

O próximo passo do trabalho da pesquisadora consistiu em selecionar as enzimas que eram mais aptas para o fim pretendido —conseguir que a proteína catalisasse reações em soluções além das baseadas em água.

Arnold estudava uma enzima que interage com a caseína, que é uma proteína do leite. A cientista, então, fez testes com a caseína no tipo de solução em que ela gostaria que as enzimas funcionassem. Desse modo, as enzimas mutantes que melhor quebrassem a caseína seriam selecionadas e passariam por novas mutações aleatórias.

Ao fim, o melhor resultado alcançado pela pesquisadora americana tinha a combinação de dez mutações diferentes.​

Além dos 9 milhões de coroas suecas, os vencedores também ganham uma medalha com a silhueta de Alfred Nobel e um diploma.

A láurea da área é destinada aos que fizeram as mais importantes descobertas ou aperfeiçoamentos químicos, segundo o testamento de Nobel (1833-1896).

Para a nomeação para o prêmio, o Comitê do Nobel para Química envia fichas confidenciais para pesquisadores qualificados —como membros da Academia Real Sueca de Ciências e laureados anteriores nas áreas de física e química— fazerem indicações. Ninguém pode indicar a si mesmo.

A partir dos nomes indicados, a academia selecionada os laureados.

A láurea da área é destinada aos que fizeram as mais importantes descobertas ou aperfeiçoamentos químicos, segundo o testamento de Alfred Nobel (1833-1896).

A química era a ciência de maior importância no trabalho de Nobel, inventor da dinamite. Ele também foi responsável pelo desenvolvimento de borracha e couro sintéticos e seda artificial. Nobel registrou 355 patentes em seus 63 anos de vida.

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