Quarta-feira, 02 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 3 de setembro de 2020
Com a repercussão das investigações sobre o assassinato do marido da deputada federal Flordelis (PSD-RJ), a bancada evangélica da Câmara dos Deputados resolveu sair em defesa dos evangélicos.
Em nota divulgada nesta quinta-feira (3), a Frente Parlamentar Evangélica no Congresso Nacional rechaçou o que chamou de “comportamento anticristão, antiético, reprovável e repugnante daqueles que tentam nivelar o segmento evangélico do Brasil pelo ocorrido com a deputada federal Flordelis, conforme demonstrado pelas investigações policiais em curso e amplamente divulgados pela mídia”.
O grupo presta solidariedade às famílias “do povo evangélico do Brasil e do genuíno evangelho do Senhor Jesus Cristo” que, segundo os deputados, nada têm “a ver com práticas tão deploráveis e repugnantes como as que parecem ter sido protagonizadas pela deputada”.
“Para FPE [Frente Parlamentar Evangélica], mesmo respeitado o amplo direito de defesa, não é natural nem aceitável que alguém que se intitule Cristão possa cometer ato tão absurdo, como envolver-se em um assassinato brutal que chocou o Brasil. Infelizmente, à medida em que as investigações avançam, mais crimes estarrecedores vão se revelando e trazendo à tona fatos que jamais poderíamos imaginar”, diz a nota.
“Diante de acusações e evidências tão contundentes, resta a FPE ressaltar seu profundo descontentamento com os fatos ocorridos e levantar-se em defesa das famílias, do povo evangélico do Brasil e do genuíno evangelho do Senhor Jesus Cristo, que nada tem a ver com práticas tão deploráveis e repugnantes como as que parecem ter sido protagonizadas pela deputada. Pelo contrário, aprendemos nos ensinos bíblicos a dar bom testemunho de Cristo, fugindo do mal; ‘antes seguindo a justiça, a piedade, a fé, o amor, a constância e a mansidão’ (I Timóteo 6:11)”, afirma o grupo.
A Frente declarou ainda que não pretende “em momento algum é fazer pré-julgamento, pelo contrário, muito nos alegrará se ao final do processo, restar-se comprovada a inocência da deputada. No entanto, temos que admitir que, até o momento, nenhum fato favorável a deputada foi apurado, muito pelo contrário”.
A deputada Flordelis foi afastada das atividades da bancada evangélica da Câmara dos Deputados. Além da bancada evangélica, Flordelis foi suspensa pelo PSD, o seu partido.
No último dia 1°, a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados decidiu encaminhar à Corregedoria da Casa o pedido de representação feito pelo deputado Léo Motta (PSL-MG) contra a deputada Flordelis. Ela é acusada pelo Ministério Público do Rio de Janeiro de ser a mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, em junho de 2019, em Niterói. A parlamentar diz que é inocente.
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ressaltou que o direito de defesa de Flordelis será respeitado, mas que a análise do caso será rápida.
“Tivemos um caso em que a Câmara não cumpriu o prazo de defesa de um parlamentar, e o STF [Supremo Tribunal Federal] derrubou a decisão para dar o prazo. O direito de defesa precisa ser respeitado, mesmo sendo um caso grave e constrangedor. Vamos abrir o prazo. O que precisamos é, na parte que cabe tanto ao corregedor quanto ao conselho, que seja o mais célere possível. Mas o prazo dela será respeitado”, afirmou Maia.