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Saúde Cresce o número de jovens que aderem a celulares “tijolões” para se desconectar

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Em busca do novo perfil de consumidor, grandes marcas lançaram aparelhos desses modelos no Brasil. (Foto: Unsplash)

Se em países como os Estados Unidos a troca de um smartphone por um modelo básico já ocorre com bastante frequência, no Brasil essa prática começa a acontecer. Empresas como Nokia e Positivo lançaram há poucos meses novos modelos de celulares sem muitos recursos, bem semelhantes aos antigos “tijolões”. Trata-se de um aparelho simples, que faz apenas ligações — e com preço bem inferior — a partir de R$ 120).

As marcas que fabricam os dumbphones não divulgam informações referentes ao volume de vendas dos aparelhos, mas afirmam que estes tipos de celulares têm apresentado uma “uma demanda constante”.

“Globalmente estamos vendo um movimento de usuários que querem fazer detox de redes sociais, mas manter contato com as pessoas mais próximas. A “febre detox” tem sido cada vez mais comum entre os jovens que já nasceram ‘conectados'”,afirmou Carolina Naves, gerente de marketing da HMD Global no Brasil, empresa responsável pela marca Nokia no país.

“Esses modelos são equipamentos simples de serem manuseados e indicados para pessoas que demandam um celular essencialmente para chamadas e não desejam dispender muito dinheiro com um aparelho. Vários segmentos da sociedade buscam esse tipo de equipamento, pessoas que desejam ficar desconectadas da internet ou até mesmo quem busca um segundo celular para suportar uma linha mais exclusiva”, complementa Gustavo Massette, gerente de Produtos de Mobilidade da Positivo Tecnologia.

Apesar de simples, esses aparelhos possuem mais utilidades do que apenas fazer ligações. Alguns celulares desta geração são equipados com o sistema operacional KaiOS — desenvolvido pela empresa KaiOS Technologies, sediada em Hong Kong — que oferece ferramentas úteis para os usuários, como navegador, jogos e tocadores de música e vídeo. Além disso, é possível acessar aplicativos como WhatsApp, Facebook, YouTube e Twitter, com algumas limitações.

Há quem não tome uma decisão tão drástica de trocar um smartphone por um “tijolão”. Em vez disso, apenas fazem uma pausa no uso das redes sociais como forma de preservar sua saúde mental. Famosos, como o ator Tom Holland e a cantora Luisa Sonza, levantaram recentemente a bandeira de se desligar das redes para cuidar da cabeça. Entre as celebridades, é comum dar um tempo nas redes e depois voltar. Mas esta prática está se popularizando também entre os anônimos.

Na avaliação de Ilana Pinsky, psicóloga clínica e autora do livro “Saúde emocional: como não pirar em tempos instáveis” (editora Contexto), as redes sociais não podem ser demonizadas, mas é preciso ter ciência que o seu uso excessivo e sem senso crítico pode causar prejuízos para a saúde mental, principalmente de jovens.

Enquanto que famosos se afastam das redes sociais principalmente por causa de críticas recebidas de haters, pessoas desconhecidas costumam dar um tempo das mídias por conta do excesso de comparações com seus colegas virtuais. Corpos perfeitos, viagens maravilhosas, empregos que geram satisfação pessoal e financeira, são alguns dos motivos que geram frustração, principalmente entre os adultos mais novos.

Um estudo feito por cientistas do Centro de Pesquisa em Mídia, Tecnologia e Saúde da Escola de Medicina da Universidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos, encontrou uma ligação entre o uso de mídia social e o aumento da depressão. Ao analisar dados de 1.787 adultos americanos com idades entre 19 e 32 anos, os pesquisadores observaram que 26,3% deles apresentaram uma classificação “alta” nos indicadores de depressão. O sexo feminino e o menor nível de escolaridade também foram associados a estar no grupo de “alta” depressão.

Um outro estudo que usou dados da mesma pesquisa buscou explorar o impacto do uso de várias plataformas de mídia social. Os resultados deste trabalho sugerem que as pessoas que usam entre 7 a 11 plataformas de mídia social são mais propensas a sofrerem de depressão e ansiedade do que as pessoas que usam até duas.

Outro estudo, feito por pesquisadores da Universidade da Pensilvânia, nos Estados Unidos, com 143 estudantes universitários, descobriu que limitar o uso de mídia social a 30 minutos por dia pode ajudar a melhorar o bem-estar. Na época da pesquisa, em 2018, os participantes que usaram as redes sociais Facebook, Snapchat e Instagram por apenas 10 minutos por dia durante 3 semanas experimentaram uma redução da depressão e da solidão, em comparação com os participantes que usaram as mídias sociais como normalmente fariam.

Pinsky acredita ser quase impossível se desligar completamente (e para sempre) das redes sociais. Mas ela sugere que é possível estabelecer limites saudáveis de uso.

“Vivemos numa sociedade conectada, não dá muito para retroceder, mas dá para estabelecer limites. Passar a noite nas redes sociais prejudica o sono. Além disso, é preciso ensinar as pessoas a terem um senso crítico sobre o que está sendo visto ali. É preciso aprender a interpretar o que aparece nesses locais e perceber o que está fazendo mal.”

As próprias redes sociais contam com limitadores de tempo de uso, recurso que pode ser usado para quem quer ficar menos tempo online, mas que não possui autocontrole suficiente para deslogar por conta própria.

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