Segunda-feira, 05 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 6 de julho de 2016
Que Anitta é poderosa, a gente sabe. Mas, além dela, outras oito mulheres mostraram no palco do “Criança Esperança”, no último fim de semana, o que é empoderamento de verdade.
Dotadas de muitas curvas e suingue, as mocinhas plus size que dançaram com a cantora chamaram atenção pela sensualidade e atitude. E todas se acham maravilhosas! Elas dizem que depois da apresentação o assédio aumentou.
Milena faz pose com a coreógrafa de Anitta. (Foto: Reprodução)
Milena Albuquerque, carioca, 18 anos
Com 1,75 metro de altura, Milena veste 48/50. Modelo plus size há um ano, desde que foi eleita como Princesa Diva Plus Size 2015, a carioca foi selecionada pela produção do programa para integrar o balé das fofinhas poderosas de Anitta. “Sempre dancei desde pequena”, conta ela, que garante nunca ter tido neuras com suas polegadas a mais. “Sempre me aceitei do jeito que sou, ando de short, barriga de fora. Ser gordinha para mim é tranquilo”, conta ela, que foi tietada por Susana Vieira: “Ela veio falar comigo, me dar os parabéns”. Depois do programa ela está administrando o ciúme do namorado. O assédio aumentou depois de dançar de maiô: “Estou me sentindo maravilhosa!”
Gabi Coelho: “Acho o meu corpo bonito”. (Foto: reprodução/instagram)
Gabi Coelho, carioca, 21 anos
Gabi Coelho nunca pensou em ser modelo. Muito menos plus size. “Não conhecia nada desse mundo, jamais imaginei ser uma modelo gorda, eu queria emagrecer”, conta ela, que por insistência da mãe acabou inscrita em um concurso em São Paulo. Não ganhei nada, mas passei a pesquisar mais este universo e percebi o quanto era diverso e mostrava mulheres lindas e que se amavam completamente”, descreve ela que tem 1,68 metro e veste 48/50: “Já quis ser magra, mas hoje estou feliz, acho meu corpo bonito”. Não só ela: “O assédio aumentou e muito. Se antes tinha uma ou outra solicitação de amizade masculina no Facebook, depois do show são 4”.
Thais Carla: alerta contra a gordofobia. (Foto: Reprodução/instagram)
Thais Carla, carioca, 24 anos
Thais Carla é uma veterana da dança. Bailarina clássica e professora de jazz, ela mantém com a irmã uma academia em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, onde dá aulas o dia todo. Com 1,69 metro e usando 54, ela é, talvez, a plus size mais desencanada do grupo. “Até os 15 anos eu me fechei. Depois, aos 16, percebi que a Thais não dependia de um corpo para ser aceita. Passei a me amar e impor minha presença, independentemente dos quilos que eu tenho”, diz ela. Dançar de maiô foi problema? “Imagina, adoro me expor!”, afirma ela, casadíssima.
Carol Zaca: porta-voz do empoderamento das plus size. (Foto: Reprodução/instagram)
Carol Zacarias, cearense, 26 anos
Carol Zacarias começou a dançar aos 6 anos. Fez balé clássico até os 15. “Saí do balé para me tornar atleta de nado sincronizado”, conta ela, que sempre teve um lado artístico forte. O fato de ser “cheinha” como a chamavam, nunca a impediu de fazer o que queria. “Sempre me aceitei. Levanto essa bandeira oficialmente desde 2011, mas sempre fui muito bem comigo e com meu corpo. Meu manequim não diz absolutamente nada sobre meu caráter”, dispara ela, que veste entre 48 e 50 e tem 1,68 metro. Esse mulherão sabe o que é empoderamento feminino e dá seu recado: “Foi libertador levar essa mensagem ao Brasil através do programa”.
Tainá Morango: “Depois do programa estou aprendendo a me amar”. (Foto: reprodução/instagram)
Tainá Morango, carioca, 23 anos
Thainá Morango já sofreu muito por não “se adequar” a uma estética pré-estabelecida. “Eu dançava desde criança. Há três anos e meio fiquei hospitalizada com uma grave infecção nos rins. Eu não comia. Não bebia nem água porque a professora dizia que ‘só podia dançar quem tinha o corpo que a titia queria’”. Ao ser hospitalizada e ser abandonada pela tal professora tirana, Thainá achou que jamais dançaria novamente. “Não me aceitava. Via as plus size se sentindo lindas e não conseguia o mesmo”. Foram meses até vir a aceitação do manequim 46. Com 1,69 metro de altura, hoje ela está no terceiro período da Faculdade de Dança e conta o que o programa fez por sua autoestima: “Estou começando a me amar”. Com a aparição na telinha, ela, que está solteira, se surpreendeu com o número de cantadas que vem recebendo: “Até ex-namorado voltou a me procurar”.
(Carol Marques/AG)