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Por Redação O Sul | 22 de setembro de 2020
A deputada federal Flordelis (PSD-RJ), acusada de ser a mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo, prestou depoimento nesta terça-feira (22), à Corregedoria da Câmara dos Deputados. Ela responde a um processo disciplinar na Casa que pode levar à cassação do mandato da parlamentar.
A parlamentar foi ouvida pelo corregedor, deputado Paulo Bengston (PTB-PA), por cerca de duas horas. O jornal O Estado de S. Paulo apurou que Flordelis respondeu a dez perguntas. O processo está sob sigilo.
A partir do dia seguinte da entrega da defesa, o corregedor tem até 45 dias para dar o seu parecer sobre o caso. Só então a Mesa Diretora vai decidir se envia o processo ao Conselho de Ética da Câmara, colegiado responsável por analisar a conduta dos parlamentares e recomendar a cassação. Cabe ao plenário, no entanto, decidir se a acusação de assassinato é ou não motivo para perda do mandato de deputada.
A investigação do MP durou mais de um ano, e os responsáveis pelo inquérito concluíram que a deputada “foi a autora intelectual, a grande cabeça desse crime”. A defesa de Flordelis nega o envolvimento da parlamentar e diz que a investigação é “contraditória e espetaculosa”.
Diferente do que aconteceu quando foi notificada da abertura do processo por quebra de decoro e não se emocionou. Desta vez, Flordelis “chorou muito” em alguns momentos do depoimento.
De acordo com o corregedor da Câmara, deputado Paulo Bengston (PTB-PA), o depoimento durou uma hora e quarenta minutos, a deputada falou à vontade inicialmente e depois respondeu às dez perguntas previamente elaboradas pela corregedoria. Uma das perguntas tratou das mensagens trocadas entre a deputada e o pastor Anderson do Carmo, que são alvo de investigação pela polícia.
Apesar do prazo para apresentação do relatório do corregedor terminar em 31 de outubro, Bengston pretende entregar à mesa diretora da Câmara o seu parecer em dez dias, se a defesa da deputada não anexar nenhum novo documento, o que pode fazer.
De acordo com a defesa de Flordelis, o depoimento ao corregedor foi um pedido da defesa. Segundo Anderson Rollemberg, a deputada queria dar a sua versão sobre as mensagens encontradas pela polícia.
“Na primeira fase da investigação só dois filhos foram denunciados, Flávio e Lucas, e não se encontrou nada contra a deputada. Na segunda fase da investigação, a polícia pega tudo o que conseguiu resgatar de mensagens de aparelhos celular e não dá oportunidade da deputada se explicar. Se desse oportunidade certamente seria esclarecido quem digitou as sete conversas”.
Para Rollemberg, “não houve interesse na investigação porque o livro que vende mais é com a Flordelis na capa”.