Domingo, 02 de junho de 2024
Por Redação O Sul | 9 de maio de 2024
Há quase duas semanas, o Rio Grande do Sul vivencia uma das suas piores tragédias climáticas. A chuva, que atingiu mais de 430 municípios até a última atualização do Governo do Estado, tem colaborado para que pessoas, inevitavelmente, tenham contato com as águas das enchentes. A situação preocupa as entidades médicas, que alertam para o risco do aumento de doenças, como leptospirose, hepatite A e tétano.
A Associação Brasileira de Medicina de Emergência (Abramede) divulgou uma série de recomendações para ajudar a minimizar os riscos de adoecimento durante o momento vivido pela população gaúcha. As orientações, de acordo com a entidade, são baseadas em evidências científicas e na prática de especialistas que atendem em prontos-socorros e pronto atendimentos, entre outros serviços.
Conforme alerta a presidente da Abramede, Camila Lunardi, tragédias de grandes proporções têm impactos significativos na saúde da população e na infraestrutura dos serviços de saúde. “Após inundações, é possível que exista a ocorrência ou o aumento do número de casos de algumas doenças, como leptospirose, hepatite A, tétano acidental, problemas respiratórios e doenças transmitidas por vetores, como a dengue. Além disso, afogamentos, traumatismos e choques elétricos também costumam ser verificados”, descreve a médica.
Consumo
De acordo com a instituição, a desinfecção da água para consumo humano é uma das principais medidas para evitar a disseminação de doenças infectocontagiosas durante período de enchentes. Nos locais em que a rede de abastecimento estiver comprometida, é indispensável que a população consuma água de fontes seguras, de garrafas e galões lacrados.
Na impossibilidade de consumir água mineral, é indicado realizar o procedimento de desinfecção caseira da água. Para isso, a orientação é aplicar a seguinte fórmula: a cada um litro de água, utilizar duas gotas de solução de hipoclorito de sódio a 2,5%, deixando a mistura repousar por 30 minutos.
Para outras informações sobre limpeza e desinfecção de caixas d’água, embalagens, utensílios domésticos, pisos, a Abramede recomenda a leitura da “Cartilha com orientações à população quanto aos cuidados com a água para consumo humano”, elaborada pelo Ministério da Saúde. Para acessar, basta clicar aqui.
Confira a seguir outras recomendações da entidade, com foco na população afetada pelas enchentes:
– Em caso de chuva forte, saia de locais de risco o mais rápido possível. Afinal, não existe somente o risco imediato nas inundações, mas também do contágio por infecções, como leptospirose, tétano e outras;
– Pessoas atingidas por enchentes estão mais suscetíveis a adoecer. Por isso, fique atento a sintomas de doenças infecciosas, como diarreia, febre, fadiga e dores no corpo. Caso verifique alguma alteração, procure atendimento médico;
– Se for possível, ao enfrentar uma inundação, proteja-se com botas plásticas, roupas resistentes e luvas. Se necessário, não hesite em pedir ajuda aos órgãos públicos;
– Caso o resgate seja necessário, sinalize o lugar no qual você se encontra pendurando um pano vermelho ou lanterna no local para auxiliar na identificação por parte da equipe de resgate;
– Os atendimentos em emergência serão mais intensos nesta fase. Por isso, procure os serviços com consciência e somente se houver necessidade;
– Caso sua caderneta de vacinação esteja desatualizada, vacine-se o mais rápido possível. Essa orientação vale para crianças e adultos;
– Fique atento às recomendações das autoridades sanitárias e da Defesa Civil, evitando iniciativas individuais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.