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Saúde Dez anos da vacinação contra o HPV: entenda por que a baixa adesão preocupa os especialistas

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O HPV é o principal causador do câncer de colo de útero. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Este ano, vai fazer uma década que o Brasil oferece, pelo SUS, a vacina contra o HPV – um vírus sexualmente transmissível. A vacina é aplicada em crianças e adolescentes e é a forma mais eficiente de combater alguns tipos de câncer.

Na Europa, a Escócia conseguiu zerar os casos de câncer de colo de útero relacionados à HPV. Aqui no Brasil, a adesão ainda está bem abaixo do esperado e esse resultado preocupante tem tudo a ver com desinformação.

O HPV – Papilomavírus Humano – é um vírus transmitido principalmente pelo sexo.

“Todas as pessoas, ao longo da vida, temos 80% ou mais de chance de se infectar por HPV”, destaca a pesquisadora da USP e Instituto do Cânce/SP, Luísa Vila.

A especialista explica porque algumas desenvolvem doenças relacionadas ao vírus, enquanto outras não.

“Isso acontece porque o sistema imune de algumas pessoas reconhece o vírus e elimina de forma mais eficiente que outras pessoas”.

Quando isso não acontece, podem aparecer lesões, verrugas, principalmente na região genital. Além disso, o HPV também pode causar tumores no colo do útero, na região anal, no pênis e na garganta.

A vacina contra o HPV existe há 10 anos. Ela é distribuída, de graça, para pessoas de 9 a 14 anos e para imunossuprimidos. Mas está sobrando dose nos postos.

“As crianças têm um desempenho melhor no desenvolvimento de uma resposta protetora contra o vírus. O que reforça a importância da vacinação entre os 9 e 14 anos, idade em que a maioria dessas pessoas nessa faixa etária ainda não iniciaram a atividade sexual”, destaca o diretor do Instituto Butatan, Ésper Kallas.

A vacina para HPV também está disponível na rede privada para adultos, com custo de cerca de R$ 1 mil a dose. Pode ser tomada inclusive por quem já teve contato com o vírus.

A psicóloga e educadora sexual Leiliane Rocha, que mora em Goiás, diz que o fato do vírus ser transmitido principalmente por relações sexuais torna o assunto um grande tabu, inclusive nas escolas. Ela, que é evangélica, também fala na internet sobre o sexualidade em escolas e em igrejas.

“A educação sexual vai ensinar a criança a respeitar o seu corpo, respeitar o corpo do outro. A se amar a amar o outro. Eu sou cristã, eu acredito na abstinência sexual como excelente decisão. Eu ensino assim para os meus filhos, sexo depois do casamento. Porém, mesmo sendo cristã e acreditando, eu não posso ignorar a realidade de jovens adolescentes brasileiros que fazem sexo até 14 anos”, completa a psicóloga.

Cobertura vacinal

A cobertura vacinal contra o HPV no Brasil está abaixo dos 80% desejados pelo Ministério da Saúde. A vacina é dada em duas doses. A primeira tem um pouco mais de adesão, mas muita gente não aparece para tomar a segunda, principalmente os meninos.

“Você pode ter a melhor tecnologia do mundo se você não tiver adesão. Se você não tiver campanha, se você não tiver a consciência do benefício que a vacina traz, a tecnologia não cumpre a sua função”, afirma a ministra da saúde, Nísia Trindade. As informações são do Jornal Nacional.

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