Segunda-feira, 07 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 16 de março de 2020
A moeda chega a ser vendida acima de R$ 5,28 em algumas casas de câmbio.
Foto: Marcos Santos/USP ImagensA cotação do dólar nesta segunda-feira (16) fechou em alta de 4,55%, a R$ 5,048, novo recorde histórico nominal (sem contar a inflação). O turismo é cotado a R$ 5,22 na venda. A moeda chega a ser vendida acima de R$ 5,28 em algumas casas de câmbio.
Em termos corrigidos pela inflação, a moeda americana ainda não bate a máxima de 2002. Considerado apenas o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), calculado pelo IBGE, o pico de R$ 4 naquele ano, equivale a cerca de R$ 10,80 hoje. Caso também seja levada em conta a inflação americana, o valor corrigido seria cerca de R$ 7,50.
A alta da moeda é impactada pela aversão a risco do mercado com o avanço do coronavírus e seus efeitos na economia global e por uma expectativa de corte de juros no Brasil. Em 2020, o dólar ficou mais de R$ 1 mais caro.
O dólar é considerado como um dos investimentos mais seguros do mundo, ao lado de ouro e títulos do Tesouro americano. Em momentos de forte aversão a risco, investidores tendem a comprar dólares ou fundos atrelados à moeda como forma de proteção.
O mercado espera que o BC (Banco Central) brasileiro corte juros nesta semana em, pelo menos, 0,5 ponto percentual, o que levaria a Selic à mínima histórica de 3,75% ao ano.
Dentre todas as moedas do mundo, a brasileira foi a segunda que mais se desvalorizou na sessão, atrás apenas do peso mexicano, mas, no ano, é a que mais perde valor.
Circuit breaker
A Bolsa brasileira também sentiu a crise, com o quinto circuit breaker do mês. As negociações da bolsa foram interrompidas por 30 minutos logo na abertura do pregão, quando caiu mais de 12%. Ao fechar, o Ibovespa despencou 13,92%, a 71 mil pontos, menor nível de junho de 2018, antes da corrida eleitoral que elegeu Jair Bolsonaro.
Na ocasião Lula ainda era candidato do PT para a disputa e contava com a maioria da intenção de votos, segundo pesquisa Datafolha divulgada em 10 de junho. Bolsonaro tinha 17%. Em um cenário sem Lula, Bolsonaro liderava com 19% das intenções naquele momento.