Segunda-feira, 29 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 20 de agosto de 2020
Votação na Câmara de reajuste dos servidores atrai expectativas.
Foto: Marcos Santos/USP ImagensNo aguardo da votação, pela Câmara dos Deputados, da manutenção do veto ao reajuste de servidores até o fim de 2021, o mercado financeiro viveu um dia de instabilidade. O dólar aproximou-se dos R$ 5,70 e só fechou com pequena alta depois que o BC (Banco Central) vendeu à vista dólares das reservas internacionais. A bolsa chegou a recuar, mas encerrou em alta.
O dólar comercial encerrou esta quinta-feira (20) vendido a R$ 5,554, com alta de R$ 0,024 (+0,43%). Por volta das 11h, a cotação atingiu R$ 5,67, mas recuou ao longo do dia com o avanço das negociações para a votação do veto pelos deputados, marcada para esta noite.
O Banco Central leiloou US$ 1,14 bilhão de dólares à vista das reservas internacionais. Desde 30 de junho, o BC não fazia esse tipo de operação. Nos últimos dias, a autoridade monetária vinha leiloando contratos novos de swap cambial, que equivalem à venda de dólares no mercado futuro.
Na bolsa de valores, o dia também foi marcado pelas oscilações. O índice Ibovespa, da B3 (a bolsa brasileira), operou em baixa durante a manhã, mas reagiu ao longo do dia até encerrar com alta de 0,61%, aos 101.468 pontos.
Tensões
O dólar tem subido e a bolsa caído desde a saída, na semana passada, de dois secretários especiais do Ministério da Economia. Nos últimos dias, o presidente Jair Bolsonaro e o ministro Paulo Guedes reafirmaram a confiança mútua e a importância da manutenção do teto de gastos, mas a derrubada do veto do reajuste a servidores da saúde e da segurança na quarta-feira (19) pelo Senado agravou as tensões no mercado.
Pouco após a votação, Guedes classificou a decisão dos senadores de “péssimo sinal”. A Câmara adiou a votação do veto para esta quinta para que o Ministério da Economia consiga articular a manutenção do veto.
O veto acabou mantido. O congelamento do salário dos servidores federais, estaduais e municipais por 18 meses tinha sido uma condição do governo para aprovar o pacote de socorro aos Estados e municípios afetados pela pandemia do novo coronavírus.
Ao derrubar o veto, a maioria dos senadores havia entendido que os servidores da saúde, da segurança e da educação pública atuaram direta ou indiretamente no combate à pandemia, mantendo serviços básicos e essenciais em um período de confinamento. Por isso, justificaram a derrubada afirmando que esses profissionais merecem ter o reajuste previsto, a despeito da crise econômica.
Nesta quinta, no entanto, a Câmara dos Deputados manteve, em sessão do Congresso Nacional, a proibição de reajustes e progressão funcional até 31 de dezembro de 2021 para categorias de servidores públicos que atuam na linha de frente no combate ao coronavírus, como os das áreas de saúde, segurança pública, limpeza urbana e serviços funerários.