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Lenio Streck Economistas: a arma fatal! E Guedes quer medalha!

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O jornalista Hélio Schwartsman lembra de uma piada contada por Binyamin Applebaum, no livro “The Economists’ Hour” (a hora dos economistas).

Eis a anedota: Dois dignitários assistem a uma parada militar, na qual desfilam soldados, tanques e mísseis.

No final, aparece um caminhão com alguns civis maltrapilhos sobre ele.

“Quem são?”, pergunta a primeira autoridade. “Economistas”, responde a segunda. Ao que a primeira autoridade contesta: “- Mas é um desfile de armas”.

E a segunda autoridade responde: “É verdade. Você não acreditaria no estrago que eles podem causar”.

Pronto. Basta ver o que eles já fizeram – até hoje – no Brasil e no mundo. Agora Paulo Guedes, o superministro, enquanto gasta as reservas em dólares para “segurar” a moeda, ao mesmo tempo dá declarações de que o dólar pode ir a cinco reais ou mais e que isso é apenas “flutuação” (sic).

Diz mais: “se não fizermos nenhuma besteira a mais, ele poderá flutuar ainda mais para cima”. Fantástico. E a cada declaração como essa o dólar sobe mais. Até Sardenberg, áulico de primeira hora do governo, faz duras críticas ao ministro Posto Ipiranga, que, nesse ritmo, logo será um posto Texaco.

Guedes quer mais reformas. Reforma. Reforma. Reforma. Eis o lema. Parece o personagem de desenho animado Muttley, que pede “medalha, medalha, medalha”. Se não recebe, Muttley é capaz de deixar o Dick Vigarista cair no abismo. Quem quiser saber mais, veja o desenho no youtube.

A reforma da Previdência, que pegou pesado, mesmo, na patuleia, até agora não disse a que veio. Todos diziam, mormente Guedes: reforma da Previdência ou o caos. O armagedom seria travado no parlamento. Bom, a reforma saiu. E?

Antes, a reforma trabalhista criaria empregos. Bom, se considerarmos que Uber é emprego, milhares de uberistas estão no mercado. Até no direito já tem Uber Jurídico. Eis a saída: depois do homem Zapiens, que passa o dia repassando fake news nas redes antissociais, agora temos o homo uberis. Uber é o empreendedor de si mesmo. O paradoxo é: mais Uber, menos Uber, menos passageiros, mais Uber pegando Uber… se me permitem o sarcasmo.

Meu medo é que, dando errado, nosso superministro Guedes simplesmente peça o boné e sua bolsa a tiracolo Louis Vuitton (tem bom gosto; eu o vi no aeroporto antes da posse com uma dessas pendurada) dizendo: não fizeram as reformas, reformas, reformas e ainda veio o corona vírus e “me vou”. Como um supertécnico de futebol que, caindo para a segundona, diz: “- não me deram o goleiro e o centroavante que eu pedi…”! E a torcida responde: “- mas você não era o cara?”

Se o dólar for a seis reais, talvez aqueles dignitários da anedota digam de novo: “- vocês não sabem o estrago que essa gente pode fazer”!

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