Terça-feira, 06 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 13 de dezembro de 2022
As universidades federais do Rio Grande do Sul perderam R$ 45 milhões em investimentos com o último corte de recursos promovido pelo governo federal. O dado foi trazido pela reitora da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre (UFCSPA), Lúcia Pellanda, durante audiência na Comissão de Educação da Assembleia Legislativa gaúcha, a convite das deputadas estaduais Luciana Genro (PSOL) e Sofia Cavedon (PT).
Conforme com a gestora, a instituição tem perdido recursos desde o início do governo do presidente Jair Bolsonaro (2019), fato prejudicial a toda a população. “Temos projetos de extensão, hospitais universitários e pesquisas que são muito aplicadas na prática. Às vezes, podemos economizar milhões ou mesmo bilhões para o sistema de saúde com esse tipo de atividade”.
Ela acrescentou que a UFSCPA continua recebendo cada vez mais alunos, porém com menos recursos: “Nos preocupa a assistência estudantil. É um número muito insuficiente, porque cerca de dois terços de estudantes das federais estão em situação de vulnerabilidade e precisam de nossa ajuda para transporte, alimentação, moradia. É praticamente impossível a gente fazer a gestão”.
Ainda de acordo com Lúcia Pellanda, a Universidade realizou todas as reduções possíveis, no entanto os cortes de verbas continuam a piorar a situação. Para o ano que vem, o orçamento previsto já prevê redução de 20% em relação ao deste ano.
Acadêmicos de diversas áreas se mobilizaram contra os cortes promovidos pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes, vinculada ao Ministério da Educação). A medida causou a paralisação no pagamento de suas respectivas bolsas de estudo no início deste mês e chegou a motivar um ato público com a participação de residentes da UFCSPA.
Em texto publicado nesta terça-feira (13) seu seu site (ufcspa.edu.br), a instituição sublinhou: “Na última quinta-feira (8), o Ministério da Educação comunicou que o valor cortado em 1º de dezembro seria devolvido integralmente. Até o momento, não foi devolvido à universidade o recurso, necessário ao pagamento das bolsas de iniciação científica, extensão, iniciação à docência, mestrado, doutorado, pós-doutorado e apoio técnico, bem como para cumprir com os contratos já licitados e empenhados”.
Manifestação
Luciana Genro esteve em um dos atos promovidos por bolsistas e residentes da UFCSPA. O caso também é acompanhado pela deputada federal gaúcha Fernanda Melchionna (PSOL), que cobra providências do Ministério Público Federal (MPF) sobre o assunto.
“Sabemos que mesmo com a recomposição de parte dos recursos pra pagamento das bolsas, que foi uma vitória da mobilização, diversas outras áreas estão precarizadas por causa desses cortes sistemáticos”, salientou Luciana Genro. Felizmente, esse governo negacionista, anti-educação, anti-ciência e anti-povo está terminando.”
A parlamentar mencionou o fato de o governo federal eleito e já diplomado, que assumirá o comando do País no dia 1º de janeiro, comprometeu-se a destinar com recursos às universidades e à assistência estudantil em 2023. “A Comissão de Educação se somará à luta das universidades, cobrando que o Congresso Nacional também exija investimentos no setor da educação.”
(Marcello Campos)
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