Sexta-feira, 03 de maio de 2024
Por Redação O Sul | 18 de maio de 2020
O empresário Paulo Marinho, ex-aliado de Jair Bolsonaro, disse no domingo (17) que solicitou proteção policial ao governador do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), após observar a repercussão da entrevista que concedeu à Folha de S.Paulo a respeito da suposta interferência do presidente na PF (Polícia Federal). A informação foi adiantada pelo blog do jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo. Pré-candidato a prefeito do Rio, Marinho diz ter sido atendido “após criteriosa análise das autoridades envolvidas”.
À Folha, o empresário relatou que o senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente, soube com antecedência de uma operação da PF que tinha seu ex-chefe de segurança, Fabrício Queiroz, como um dos alvos. Ainda segundo Marinho, a ação teria sido postergada pela corporação para não prejudicar a campanha eleitoral de Bolsonaro à Presidência da República em 2018.
Em uma sequência de mensagens publicadas no Twitter, Marinho afirmou que resolveu tratar publicamente sobre o caso após acompanhar as declarações de Sérgio Moro, ex-ministro da Justiça e da Segurança Pública, sobre a suposta tentativa de Bolsonaro de interferir na PF. De acordo com Moro, o foco das intenções do presidente seria a superintendência da corporação no Rio — a mesma de onde teria partido o aviso a respeito da operação envolvendo Queiroz.
“Agradeço as manifestações de apoio que tenho recebido neste momento em que, após as denúncias do Min. Sérgio Moro, considerei a necessidade de dar publicidade às informações que podem colaborar com as investigações sobre a tentativa de interferência na PF”, escreveu o empresário na primeira mensagem.
Em seguida, Marinho tratou especificamente sobre o pedido por proteção policial, estendido a seus familiares.
“Em função de novas circunstâncias surgidas nas últimas horas, solicitei ao governador do RJ proteção policial à minha família e, após criteriosa análise das autoridades envolvidas, fomos atendidos. Seguiremos firmes lutando pela verdade e pelo Brasil. Obrigado”, finalizou o empresário.
Em nota divulgada após a veiculação da reportagem pela Folha, Flávio disse que a declaração do ex-aliado é “invenção de alguém desesperado e sem votos” e que Marinho tem interesse em prejudicá-lo porque é seu substituto no Senado.
O procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou que vai analisar a denúncia de que o senador foi avisado com antecedência sobre a operação.