Domingo, 06 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 11 de abril de 2022
O presidente da Abear (Associação Brasileira das Empresas Aéreas), Eduardo Sanovicz, afirmou que o governo deve criar uma mesa permanente de diálogo para tratar do preço do querosene de aviação. A proposta foi feita em reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes. Ele recebeu, na tarde desta segunda-feira (11), os presidentes das empresas aéreas brasileiras (Gol, Latam, Azul e Voepass).
“Nossa ideia foi propor uma mesa permanente de debate e diálogo envolvendo todos os stakeholders, com o Ministério da Economia, com o Ministério da Infraestrutura, com as empresas aéreas, para tratar de um item que saiu de controle, que é o custo do querosene de aviação”, disse, antes de se encontrar com Guedes. Na saída, ele afirmou que o ministro reagiu de forma “muito positiva” à ideia e que sugeriu a inclusão do Ministério de Minas e Energia no grupo.
Responsável por 35% dos custos do setor, o combustível teve o preço ajustado em 76,2% no ano passado, quando o petróleo subiu 54%. A inflação e as consequências da guerra na Ucrânia fizeram os preços dos bilhetes aéreos dispararem neste ano. Em 12 meses, a alta é de 11,05%, segundo o IBGE. Mas há saltos maiores em um ano quando se compara trechos como São Paulo-Rio (88% mais caro), São Paulo-Curitiba (76%) e São Paulo-Porto Alegre (113%).
Sanovicz ainda declarou que as empresas do setor não se reunirão com o governo para pedir qualquer tipo de desoneração ou redução de tributos. “Não tratamos de nenhum tipo de desoneração”, disse. No ano passado, o pacote para as aéreas, que não foi tirado do papel, previa mais acesso a crédito, compra antecipada de passagens pelo governo e definição de uma nova malha.
As companhias do setor também se reuniram com os ministros da Casa Civil, Ciro Nogueira, e da Infraestrutura, Marcelo Sampaio.
“Todas as reuniões tiveram um objetivo comum: o de propor aos ministros a criação de uma mesa de diálogo permanente para que possamos, juntos, encontrar soluções para a superação da crise do setor aéreo, deflagrada em 2020 pela pandemia do novo coronavírus e que ficou mais aguda recentemente com a guerra na Ucrânia, que tem pressionado os custos estruturais das empresas aéreas, principalmente o preço do QAV, responsável por mais de um terço dos custos do setor. Só com interlocução e resiliência poderemos garantir uma recuperação consistente do setor aéreo”, afirmou Sanovicz.
Presidente da Câmara
A Abear e empresas do setor também tiveram um encontro nesta segunda-feira (11) com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Na pauta da reunião, a importância de duas Medidas Provisórias para contribuir com a recuperação do setor: a MP 1.089/21, a MP do Voo Simples, que desburocratiza e simplifica o ambiente de negócios do setor, e a MP 1.094/21, que trata do Imposto de Renda sobre o leasing de aeronaves, cujo prazo de vigência vai até o dia 1º de junho. Todas as medidas estão relacionadas aos custos do setor e tem importância para o cenário de recuperação do setor aéreo.
“Apresentamos ao presidente da Câmara um panorama atual do setor aéreo, impactado pelo aumento dos custos estruturais com a guerra na Ucrânia, e ressaltamos a importância das duas MPs para que as empresas aéreas tenham mais condições de garantir uma retomada sustentável, contribuindo com o desenvolvimento econômico e social do país”, afirmou Sanovicz. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo e da Abear.