Sábado, 18 de maio de 2024

Porto Alegre
Porto Alegre, BR
11°
Mostly Cloudy

CADASTRE-SE E RECEBA NOSSA NEWSLETTER

Receba gratuitamente as principais notícias do dia no seu E-mail ou WhatsApp.
cadastre-se aqui

RECEBA NOSSA NEWSLETTER
GRATUITAMENTE

cadastre-se aqui

Mundo Entenda como Benjamin Netanyahu foi tirado do poder em Israel

Compartilhe esta notícia:

As votações de 1º de novembro podem trazer de volta Netanyahu. (Foto: Reprodução)

O Parlamento de Israel confirmou neste domingo (13) o fim dos 12 anos consecutivos de poder do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu ao autorizar a formação de um novo governo, composto por uma ampla coalizão que vai de nacionalistas judeus de direita a políticos árabes-israelenses.

O Knesset, nome em hebraico do Parlamento israelense, aprovou essa aliança costurada por Yair Lapid, político centrista e um dos principais opositores de Netanyahu. Em 2 de junho, ele conseguiu firmar uma união majoritária ao ganhar apoio do direitista Naftali Bennett, em uma coalizão antes vista como improvável. Bennett passa a ser o novo premiê.

Um dos políticos mais proeminentes de Israel, Netanyahu se tornou o premiê com maior tempo de mandato na história de Israel. Ele governou o país entre 1996 e 1999 e, dez anos depois, retornou ao poder, de onde não mais saiu.

Netanyahu se sustentava graças aos posicionamentos nacionalistas que agradavam diversas áreas do centro à direita em Israel. Tanto militaristas seculares quanto judeus ortodoxos compunham a base do primeiro-ministro, que tinha apoio principalmente pela defesa do Estado judaico e das ocupações israelenses nos territórios palestinos. Também tinha apoio ao endurecer os ataques contra a facção Hamas, que comanda a Faixa de Gaza.

Impasse

Os sinais de que a situação política em Israel era de crise ficaram mais fortes no fim de 2018 com uma cisão na aliança pró-Netanyahu. Essa ruptura ocorreu principalmente por parte da ala mais nacionalista e militarista do governo. Os principais motivos eram:

— A trégua anunciada em novembro de 2018 pelo governo israelense com os palestinos, que se enfrentavam na Faixa da Gaza.

— O descontentamento com ala religiosa do governo, que queria isentar do serviço militar obrigatório os judeus ortodoxos que estudam a religião.

O estopim para a crise foi a saída do então ministro da Defesa, Avigdor Lieberman. Antes um braço direito de Netanyahu, o político direitista pediu para deixar o cargo após a trégua com os palestinos.

Assim, em dezembro de 2018, a coalizão governista foi formalmente desfeita e o governo teve de convocar novas eleições. Eles ocorreriam normalmente em novembro do ano seguinte, mas a decisão de dissolver o Parlamento antecipou essa votação para abril de 2019.

Urnas

Os israelenses foram às urnas em quatro ocasiões em menos de um ano:

— Abril de 2019

— Setembro de 2019

— Março de 2020

— Março de 2021.

As eleições mostraram o tamanho da fragmentação política em Israel. Isso porque nenhum partido conquistou, sozinho, as 61 cadeiras para controlar o Parlamento, que tem 120 assentos, nas quatro eleições ocorridas entre 2019 e março de 2020.

Nas três primeiras votações, os resultados foram muito parecidos: o Likud (de Netanyahu) e o Azul e Branco (de Benny Gantz) ficaram empatados ou com pouquíssima diferença no número de assentos conquistados.

O presidente de Israel, Reuven Rivlin — que tem o papel cerimonial de dar ao líder do partido mais bem sucedido na eleição a tarefa de montar uma coalizão governista, — convocou Netanyahu para formar alianças. Porém, o primeiro-ministro não conseguiu fechar acordos e perdeu prazos, levando a novas eleições.

O problema para o premiê é que, sem o ex-ministro da Defesa Avigdor Lieberman, Netanyahu não conseguia conquistar apoio dos 61 parlamentares necessários para uma maioria. Ao mesmo tempo, Lieberman — de linha nacionalista de direita — não demonstrava apoio a Gantz nem a outros partidos para formar uma coalizão contra o governo. Com isso, o Parlamento se via obrigado a convocar novas eleições.

O impasse pareceu ter fim em março de 2020, quando Gantz e Netanyahu concordaram em unir forças para enfrentar a pandemia do coronavírus e não perpetuar o impasse político em Israel. A intenção era que os dois se revezassem no cargo de primeiro-ministro, começando por Netanyahu.

Mas a ampla aliança não vingou, e Gantz rompeu a coalizão.

Mais uma vez sem governo, o Parlamento israelense marcou novas eleições para março de 2021. A fragmentação se repetiu, mas o polo anti-Netanyahu viu outros nomes tomarem a frente das negociações entre opositores: o centrista Yair Lapid e o nacionalista Naftali Bennett.

Assim como nas outras três vezes, Netanyahu foi convocado para formar uma maioria com outros partidos. E, novamente, não conseguiu. Assim, o presidente Rivlin chamou Lapid, segundo colocado, para tentar uma aliança.

De início, Naftali Bennet se recusou a apoiar Lapid. Embora não tenha chegado a declarar apoio ao ex-aliado Netanyahu, o direitista não via com bons olhos a formação de um governo com lideranças mais ao centro e grupos árabes-israelenses. Assuntos como a escolha de juízes era um enorme entrave para os políticos.

Tudo se encaminhava para uma quinta eleição. Porém, a poucos dias do fim do prazo, Lapid e Bennett anunciaram uma improvável aliança. Uma foto em que os dois líderes e o principal representante de um dos partidos árabes assinam um acordo se tornou o símbolo dessa frente ampla contra Netanyahu.

Assim, o presidente Rivlin formalizou o anúncio dessa coalizão, e o Knesset autorizou a formação do novo governo.

tags: em foco

Compartilhe esta notícia:

Voltar Todas de Mundo

Saiba quem é Naftali Bennett, o novo primeiro-ministro de Israel
Chile abre usina termossolar em região com maior radiação solar do mundo, no deserto do Atacama
https://www.osul.com.br/entenda-como-benjamin-netanyahu-foi-tirado-do-poder-em-israel/ Entenda como Benjamin Netanyahu foi tirado do poder em Israel 2021-06-13
Deixe seu comentário
Pode te interessar