Segunda-feira, 07 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 31 de janeiro de 2021
Um equipamento pioneiro que funciona como um “pulmão artificial” e deve auxiliar no tratamento de pacientes infectados pelo coronavírus foi lançado por uma empresa de São José do Rio Preto (SP). O Sistema Solis pode ser utilizado em pacientes graves, quando a ventilação mecânica não surtir efeito, e exercer simultaneamente as funções do pulmão e do coração.
O aparelho funciona com a oxigenação por membrana extracorpórea, que é um procedimento que retira o sangue venoso do paciente e bombeia de volta para uma veia ou artéria. Durante o processo, o sangue passa por um oxigenador, que promove a retirada de gás carbônico e o ingresso de oxigênio no sangue.
De acordo com Fernando Oliveira, especialista em desenvolvimento de produtos, a iniciativa levou seis meses para ser desenvolvida. Contudo, Oliveira ressalta que normalmente um projeto dessa complexidade levaria em média dois anos para ser concluído.
“Apesar da redução drástica no tempo de desenvolvimento, a qualidade e segurança do produto não foram sacrificadas. Essa conquista em tão pouco tempo só foi possível devido à estratégia tomada no desenvolvimento diante da pandemia”, diz.
O Sistema Solis também é indicado em casos de transplante de coração, infarto do miocárdio, parada cardíaca e insuficiência respiratória aguda e condições também causadas pelo coronavírus, no qual há inflamação dos brônquios e o comprometimento dos alvéolos.
Segundo a empresa, o equipamento foi registrado na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e lançado no dia 26 de janeiro. O primeiro aparelho foi vendido na região nordeste do país e deve ser instalado na primeira quinzena de fevereiro.
O sistema será comercializado diretamente para hospitais, planos de saúde ou distribuidores e só estará disponível em locais onde haja equipe médica treinada na execução do procedimento.
Vídeo
É enganoso um vídeo em que o médico infectologista Ricardo Ariel Zimerman afirma que medicamentos para o ‘tratamento precoce’ da covid-19 já têm eficácia comprovada. A entrevista concedida a uma emissora de rádio foi compartilhada pelo empresário bolsonarista Luciano Hang, que também defendeu o uso preventivo de medicações contra a doença.
Zimerman cita uma série de remédios, como a ivermectina, nitazoxanida e bromexina, e faz referências à hidroxicloroquina. Diferentemente do que insinua o médico, ainda não há estudos que de fato comprovem a eficácia ou a segurança dessas substâncias no controle da covid-19.
Uma nota conjunta da Associação Médica Brasileira (AMB) e a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) divulgada em janeiro aponta que “as melhores evidências científicas demonstram que nenhuma medicação tem eficácia na prevenção ou no tratamento precoce para a covid-19, até o presente momento”.
As instituições pontuam que pesquisas clínicas ainda estão em curso. “Atualmente, as principais sociedades médicas e organismos internacionais de saúde pública não recomendam o tratamento preventivo ou precoce com medicamentos, incluindo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)”, afirma o documento.