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Política Ex-ministro Mandetta diz que “falar em tratamento precoce contra a covid é vender kit ilusão”

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Luiz Henrique Mandetta disse que o uso das duas drogas contra a covid-19 não é indicado na bula dos fabricantes porque a eficácia dos medicamentos não é cientificamente comprovada. (Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)

Em depoimento à CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Covid no Senado, que investiga possíveis omissões do governo federal durante a pandemia, realizado nesta terça-feira (4), o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta afirmou que “falar em tratamento precoce é vender kit ilusão”.

Questionado pelo relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), o ex-ministro da Saúde criticou o uso da cloroquina como um tratamento preventivo contra a covid-19. Embora o presidente Jair Bolsonaro defenda publicamente o uso da substância pela população, Mandetta lembrou que, no enfrentamento de outras doenças, a droga é utilizada em ambiente hospitalar. O ex-ministro disse ainda desconhecer por que o Laboratório do Exército tenha intensificado a produção dos comprimidos no ano passado.

“A cloroquina é uma droga que, para o uso indiscriminado e sem monitoramento, a margem de segurança é estreita. É um medicamento que tem uma série de reações adversas. A automedicação poderia ser muito, muito perigosa. A cloroquina é já produzida para malária e lúpus pela Fiocruz e já tínhamos suficiente. Não havia necessidade, e tínhamos um estoque muito bom para aquele momento”, afirmou.

Parlamentares governistas criticaram a atuação de Mandetta no Ministério da Saúde. Os senadores Eduardo Girão (Podemos-CE), Jorginho Mello (PL-SC), Marcos Rogério (DEM-RO) e Luis Carlos Heinze (PP-RS) questionaram o fato de o ex-ministro ser contra o uso de medicamentos como cloroquina ou ivermectina.

“O senhor não considera que errou ao ser um opositor do tratamento precoce, proporcionando a população pelo menos o direito a esse tipo de tratamento seguro? O senhor vai ter algum remorso de no futuro se confirmar”, questionou Girão.

Luiz Henrique Mandetta reagiu. Para ele, o uso das duas drogas contra a covid-19 não é indicado na bula dos fabricantes porque a eficácia dos medicamentos não é cientificamente comprovada.

“Quem está preso à verdade científica tem que demonstrar. Os países do mundo inteiro estão procurando: China, Alemanha, Estados Unidos… Todo mundo procura. Tem que restar comprovado, tem que estar dentro da bula. Tenho a bula da cloroquina e da ivermectina. Recomendo que leiam pelo menos para ter ideia dos efeitos colaterais”, disse o ex-ministro.

Mandetta também disse ter sido “publicamente confrontado” pelo presidente Jair Bolsonaro durante o enfrentamento inicial da pandemia de coronavírus. Mandetta afirmou que o Brasil deveria ter demonstrado “unidade” e “fala única” sobre as medidas de combate à covid-19, como o isolamento social. No entanto, segundo o ex-ministro, o presidente da República contribuiu para que a sociedade recebesse “uma informação dúbia” sobre como lidar com a doença.

“O Ministério da Saúde foi publicamente confrontado, e isso dava uma informação dúbia à sociedade. O objetivo do Ministério da Saúde era dar uma informação, e o presidente dava outra informação. Em tempos de epidemia, você tem que ter a unidade. Tem que ter a fala única. Com esse vírus, o raciocínio não pode ser individual. Esse vírus ataca a sociedade como um todo. Ele ataca tudo”, disse.

Mandetta ficou à frente do Ministério da Saúde até o dia 16 de abril de 2020. No dia 28 de março, ele diz ter entregue uma “carta pessoal” a Jair Bolsonaro. No texto, ele “recomenda expressamente que a Presidência da República reveja o procedimento adotado” para evitar “colapso do sistema de saúde e gravíssimas consequências à saúde da população”.

De acordo com o ex-ministro, o presidente Jair Bolsonaro foi diretamente comunicado sobre a escalada da pandemia no Brasil. Antes de deixar a pasta, Mandetta apresentou a Jair Bolsonaro, conforme disse, uma estimativa de que o país poderia chegar a 180 mil mortos no final de 2020. A previsão acabou sendo superada, e o Brasil encerrou o ano passado com quase 195 mil óbitos confirmados. As informações são da Agência Senado.

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