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Por Redação O Sul | 24 de abril de 2022
Forças russas tentaram invadir neste domingo a siderúrgica de Azovstal, controlada pela Ucrânia, na cidade sitiada de Mariupol, disseram autoridades ucranianas, apesar de comentários da semana passada do presidente russo, Vladimir Putin, de que o complexo não precisava ser tomado.
O comando das forças armadas da Ucrânia escreveu no Facebook que os russos estavam disparando e realizando “operações ofensivas” na área de Azovstal, além de ataques aéreos à infraestrutura civil.
Serhiy Volyna, comandante da 36ª Brigada de Fuzileiros Navais da Ucrânia em Mariupol, disse em entrevista a um parlamentar da oposição que foi mostrada no YouTube neste domingo que a Rússia estava atingindo o complexo com bombardeios aéreos e de artilharia.
Konstantin Ivaschenko, a autoridade que foi designada como prefeito de Mariupol pela Rússia, mas não reconhecido como tal pela Ucrânia, negou que qualquer confronto estivesse ocorrendo na cidade em comentários publicados pela agência de notícias russa TASS neste domingo (24).
A Reuters não pôde verificar de forma independente as alegações ucranianas ou russas.
A fábrica de aço de Azovstal é o principal reduto ucraniano remanescente em Mariupol, uma cidade que tem sofrido bombardeios contínuos desde o início da invasão russa, em 24 de fevereiro.
Mais cedo neste domingo, o assessor presidencial ucraniano Oleksiy Arestovych escreveu no Facebook que “as tropas russas estão tentando acabar com os defensores de Azovstal e mais de mil civis que estão escondidos na fábrica”.
Siderúrgica de 1930
As origens do complexo remontam à década de 1930, segundo o site Azovstal. Em 2 de fevereiro de 1930, o Conselho Supremo de Economia Nacional, que dirigia a política econômica da URSS, decidiu construir uma nova siderúrgica em Mariupol.
Em 1933, começou a produção de ferro e, dois anos depois, a de aço.
Em 7 de outubro de 1941, logo após a invasão da URSS pelo Exército alemão, a produção foi interrompida. Os últimos funcionários deixaram o local no dia seguinte.
Dois anos depois, em 7 de setembro de 1943, o Exército nazista explodiu todas as instalações, deixando o local em ruínas. No entanto, a siderúrgica foi rapidamente reconstruída após o fim do conflito e a vitória soviética.
Em 2006, o local foi comprado pelo grupo Metinvest, controlado pelo homem mais rico da Ucrânia, Rinat Akhmetov, um oligarca considerado pró-russo na época, mas que denunciou “crimes contra a humanidade” em março, prometendo não deixar a Ucrânia, e que vem apoiando a população do país afetada pelo conflito.
Antes da invasão russa em 24 de fevereiro, a siderúrgica produzia anualmente 5,7 milhões de toneladas de ferro, 6,2 milhões de toneladas de aço e 4,7 milhões de toneladas de laminados, segundo seu site, o que a torna uma das maiores da Europa.