Terça-feira, 23 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 13 de novembro de 2020
Em uma semana marcada pela impugnação de sua candidatura à prefeitura de Porto Alegre e do anúncio de que não tentaria reverter a decisão pelos meios legais, José Fortunati (PTB) providenciou nesta sexta-feira a oficialização de sua desistência junto ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Rio Grande do Sul.
Ele disse ter considerado a medida necessária para evitar desgastes políticos e permitir a divulgação de mensagens de apoio a Sebastião Melo (MDB), que foi seu vice-prefeito no período de 2013-2016 e agora tenta chegar ao comando do Executivo municipal pelas urnas.
O impedimento havia sido decidido no começo da semana pelo TRE-RS, devido ao descumprimento no prazo de filiação de André Cecchini (Patriota), seu vice na dobradinha da coligação “Porto Alegre Somos Todos Nós” (PTB, Patriota, PSC e Podemos).
Não havendo prazo para a substituição do companheiro na coligação, a chapa inteira acabou ficando “sub judice”, dependendo da análise de recurso pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e com risco de anulação dos votos que viesse a receber.
Como as urnas eletrônicas já foram carregadas com os dados, o nome do ex-prefeito (2010-2017) aparecerá nas telas no primeiro turno do pleito, neste domingo (15), como se Fortunati ainda estivesse concorrendo. Os eventuais votos dados a ele, entretanto, serão descartados na apuração.
Motivação
A impugnação decorreu de um processo movido na Justiça Eleitoral gaúcha pelo candidato a vereador Luiz Armando de Oliveira (PRTB), legenda que integra a coligação de Sebastião Melo (MDB), também postulante ao Executivo e que foi vice-prefeito do próprio Fortunati.
Na ação, Oliveira indicou que André Cecchini não estava filiado ao Patriota dentro do prazo mínimo para disputar as eleições, que é de seis meses.
A corrida pelo comando da administração municipal tem outros dez nomes: Fernanda Melchionna (Psol), Gustavo Paim (PP), João Derly (Republicanos), Juliana Brizola (PDT), Júlio Flores (PSTU), Manuela D’Ávila (PCdoB), Montserrat Martins (PV), Nelson Marchezan (PSDB), Rodrigo Maroni (Pros) e Valter Nagelstein (PSD).
Campanha
Durante a sua campanha para voltar ao comando do Executivo da capital gaúcha, José Fortunati definiu como prioridade, caso se elegesse para a gestão 2021-2024, o combate à pandemia de coronavírus.
“Essa questão está atrelada à maioria das pautas e passará pela criação de um fundo municipal de combate à Covid, com recursos públicos e privados para viabilizar a compra e distribuição da vacina para a população”, declarou durante entrevista à imprensa.
Como segundo tópico principal de sua plataforma, ele definiu a recuperação econômica do Município, por meio de estratégias como a facilitação da abertura de crédito para pequenos e microempresários e também pelo fortalecimento dos setores de serviços, comércio e o turismo de eventos e negócios.
“Tudo isso se dará com amplo diálogo, é o que está faltando na sociedade: dialogarmos com toda a cidade”, afirmou o candidato ao ser questionado por uma emissora de rádio. “É assim que se definirá, por exemplo, o funcionamento do ano letivo de 2021. Além de definir os protocolos de segurança adequados, eu tenho conversado com especialista para pensar sobre o processo de acolhida de toda a comunidade escolar.
Ele também garantiu estar preparado para o debate sobre a dívida pública, mencionando que em 2016, ano final do seu mandato como prefeito eleito, a dívida consolidada da Capital era de 18,6% da receita corrente líquida, sendo que o limite permitido é de 120%:
“Isso demonstra que a versão segundo a qual a cidade estava quebrada quando a devolvi é ‘fake news’, muito mais para esconder problemas da atual prefeitura do que para tornar mais transparente a atual administração.”
(Marcello Campos)