Sexta-feira, 19 de abril de 2024
Por Redação O Sul | 26 de outubro de 2020
O chefe da Mercedes, Toto Wolff, insinuou brincando que terá que vender a fábrica da equipe de Fórmula 1 para manter Lewis Hamilton depois de o britânico conquistar sua 92ª vitória na categoria em Portugal no último domingo, que colocou Hamilton como o recordista em número de vitórias em todos os tempos.
Hamilton estará sem contrato no final do ano, altura em que o piloto de 35 anos provavelmente terá igualado um recorde com a conquista de um sétimo campeonato e estará entre os mais bem-sucedidos da história do esporte.
Ele e Wolff ainda precisam acertar os detalhes de um novo acordo em meio a uma temporada interrompida pela pandemia de Covid-19, mas o tempo urge.
“É imenso. Temos que vender muito inventário. Vender um contrato de arrendamento dos edifícios e simplesmente arranjar o dinheiro”, disse Wolff quando indagado sobre as implicações contratuais do recorde.
A realidade é menos drástica, já que os dois lados querem ficar juntos e estabelecer mais recordes em um esporte que dominam desde o início da era do motor turbo híbrido V6, em 2014.
Se as 91 vitórias de Michael Schumacher chegaram a parecer uma meta impossível, agora é provável que Hamilton vá além de 100, e um oitavo título tampouco pertence ao reino da fantasia.
“Em 10 ou 20 anos, olharemos para trás e realmente reconheceremos que piloto especial ele foi”, disse Wolff.
Já a Mercedes está prestes a se tornar a primeira equipe a conquistar sete títulos sucessivos do Mundial de Construtores.
Novos recordes
Após bater uma marca de que parecia impossível, muitos se perguntam: que recordes restam para o piloto da Mercedes quebrar?
Títulos
O grande recorde que ainda falta a Hamilton, mas que ele deve igualar em breve: o de sete títulos mundiais, hoje pertencente apenas a Michael Schumacher. O hexacampeão completará 36 anos em janeiro e, caso renove contrato com a Mercedes, tem tudo para se tornar o único recordista.
Voltas mais rápidas
Este é um recorde mais difícil para Hamilton quebrar. Afinal, o inglês conseguiu até hoje 52 voltas mais rápidas, enquanto o recordista Schumacher tem 77. O máximo que o piloto da Mercedes conseguiu foi de oito melhores voltas num ano, em 2015, e neste ano, por exemplo, ele teve “só” cinco. Portanto, para bater Schumi, Hamilton teria de disputar algumas temporadas a mais e aumentar sua média nesta estatística.
Número de GPs disputados
Com 35 anos, Lewis Hamilton é o sétimo piloto que mais disputou corridas na F1, com 262. O recordista é Kimi Raikkonen, que ainda está em atividade aos 41 anos, com 325. Com 63 corridas de déficit, o que equivale praticamente ao número de três temporadas, Hamilton teria de estender bastante a sua carreira depois que o finlandês parar de correr para ter chances de quebrar mais essa marca.
Poles consecutivas
Hamilton é o recordista absoluto de pole positions na F1 e está a apenas três da marca centenária. Mas nas poles consecutivas, Lewis por enquanto bateu na trave: até hoje, conseguiu o máximo de sete poles seguidas e está empatado com Michael Schumacher e Alain Prost, enquanto Ayrton Senna, ídolo do inglês, lidera a estatística com oito poles consecutivas. Atualmente, o inglês fez a pole apenas na última corrida, em Portugal, e precisa dar continuidade a essa nova série.
Voltas na liderança
Hamilton tem tudo para quebrar mais este recorde ainda em 2020. O inglês já liderou 4976 voltas na carreira contra 5111 do recordista Michael Schumacher. Só neste ano, o – por enquanto – hexacampeão liderou 490 voltas em 12 corridas, e, com cinco faltando para o fim da temporada, ele teria de liderar “apenas” 136 das 320 voltas restantes para bater a marca.
“Hat Tricks”
Por 18 vezes na carreira, Hamilton fez o “Hat Trick”, que, numa tradução livre, podemos chamar de “barba, cabelo e bigode”, ou seja, fazer num mesmo GP a pole position, a volta mais rápida e conquistar a vitória. O recordista na estatística é Michael Schumacher, com 22. Em 2020, já conseguiu por três vezes o “hat trick”, nos GPs da Hungria, Toscana e Portugal.