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Acontece Gastronomia brasileira vive seu bom momento impulsionada pela revalorização da cozinha e ingredientes tradicionais

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A avaliação é do conceituado jornalista e escritor Dias Lopes, que esteve em Porto Alegre na última semana. Ele adianta o retorno às bancas da Revista Gosto, em breve, e planos para novos projetos editoriais.

Foto: Divulgação

Em seus mais de 14 livros já publicados, editoriais e textos, o conceituado jornalista e colunista do site Veja.com, Dias Lopes, imprime seu estilo único de narrar histórias, mescladas a receitas, curiosidades sobre personalidades, ingredientes, pratos e lugares, tendo como pano de fundo a gastronomia e seu entorno, regado a muita pesquisa. Ele conta que possui uma biblioteca pessoal com mais de oito mil títulos e brinca ao dizer que é “um rato de livrarias”.

Andreía, esposa de Dias Lopes, ao lado de Maria Teresa Pessano: amizade de longa data.

Premiadíssimo, inclusive com o cobiçado Esso de jornalismo, Dias Lopes exibe uma trajetória invejável. Entre inúmeras outras atividades, foi correspondente internacional da Editora Abril em Roma/Itália por quatro anos e editor da Revista Gula de 2001 a 2009. Neste mesmo ano fundou a Gosto, com edições inclusive em inglês, espanhol e italiano. Entre os meses de maio e junho próximos, a publicação deverá voltar a circular no país, mensalmente, após uma passageira interrupção, com uma tiragem prevista de 20 mil exemplares. Em 2013, foi eleito Personalidade do Ano da Gastronomia do Brasil pela revista WINE – Essência do Vinho, de Portugal, e promete para breve novos livros, entre eles, um voltado aos doces do Brasil e outro sobre cozinha ítalo paulistana, pronto para entrar em edição. “É uma linha de cozinha com pratos criados e adaptados aqui por um povo pobre que na época não tinha recursos. Assim, foram surgindo os molhos, as massas, entre outros. Se eu estivesse aqui, faria um livro também sobre a culinária ítalo gaúcha”.

Natural de Dom Pedrito, no Rio Grande do Sul, ele reside há muitos anos na capital paulista, mas acaba de desembarcar em Porto Alegre para um período de férias com a esposa e familiares. Ele começou no jornalismo escrevendo sobre temas rio-platenses, lembrando que a paixão pela gastronomia veio a seguir. Conhecedor do tema como poucos, Dias Lopes detalha receitas, segredos e curiosidades culinárias, com esmero, mas curiosamente, sem entrar em nenhuma cozinha. “Sou um gerente de cozinha que não cozinha”, pontua em tom de divertimento.

A gastronomia entrou em sua vida no final dos anos 80. Residindo na Europa, saiu da Itália para cobrir a reeleição de Felipe Gonzales à presidência da Espanha, quando entrou em uma livraria e comprou um livro de Néstor Luján, reconhecido escritor catalão, focado na história da gastronomia relacionada ao homem. “Fui para o hotel, li tudo e saí para comprar todos os livros do autor. Na volta ao Brasil fundei a Gula e passei a editar do jeito que eu acreditava ser interessante para o leitor”. Dias Lopes recorda que o país estava abrindo as portas para as importações e a Gula passava a divulgar aos brasileiros ingredientes que aqui desembarcavam, com pioneirismo, instigando paladares.

Dias Lopes ao lado da amiga Mria Teresa Pessano e Pippi da Mota, durante sua passagem por Porto Alegre.

Com um olhar atento ao setor, ele avalia que em termos gastronômicos a riqueza do Brasil está na sua pluralidade, ou seja, em sua cozinha regional, um patrimônio do povo, com forte apelo no momento “à revalorização da cozinha tradicional, com releitura até mesmo na apresentação dos pratos”, o que na sua avaliação traduz “um fenômeno urbano”. Ele cita o exemplo da lasanha, que hoje, nos Estados Unidos, “é um prato muito chique, mas até então popular”.

Esta mudança traz em seu rastro “a valorização dos ingredientes brasileiros” e praticamente o fim do ciclo da cozinha de invenção na análise do jornalista e escritor. Alguns nomes representativos do setor reforçam há bastante tempo esta tendência, como é o caso dos chefs Lorran Suedon, Claude Troigros e Emmanuel Bassoleil, que desde que chegaram ao Brasil passaram a utilizar ingredientes locais, mantendo a técnica francesa de preparo. “É o fazer bem com bons ingredientes”. Segundo ele, o setor ainda tem muito a crescer no Brasil a partir deste resgate da cozinha de bistrô que valoriza acima de tudo a culinária brasileira. Dias Lopes cita a cozinha portuguesa, entre as suas preferidas, por ser “básica, elementar, respeitando ingredientes e sabores”, mas também não descarta a francesa, espanhola e italiana, entre outras. As principais características e pratos de 20 regiões da Itália recheiam inclusive as páginas de um de seus mais recentes livros.

Ele contabiliza, com orgulho, mais de 5 mil seguidores no Facebook. Em terras gaúchas, uma de suas seguidoras e amiga é a culinarista, doceira e professora Maria Tereza Pessano, que igualmente carrega uma história de sucesso juto ao mundo da gastronomia. Referência setorial e formadora de opinião, foi por muitos anos colaboradora do Caderno de Gastronomia do jornal Zero Hora e uma das primeiras professoras dos cursos Darci Vargas, em Porto Alegre, Castelli Escola Superior de Hotelaria, em Canela/RS e União Cooks, do Grêmio Náutico União. “Admiro o Dias Lopes pelas profundas pesquisas que realiza, dividindo todo o seu conhecimento com os leitores. Isto aumenta ainda mais o respeito que todos têm por ele e pelo trabalho que desenvolve. Ele enriquece o setor com muita informação e cultura”. (Clarice Ledur)

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