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Economia Governo argentino impôs restrições ao acesso ao dólar para grandes empresas e importadores de artigos de luxo em uma tentativa de conter a queda nas reservas internacionais

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Em vez de adotar cotação única, com impostos, país ‘cria’ preços diferentes para evitar saída de moeda americana. (Foto: Marcos Santos/USP Imagem)

Para frear a crescente fuga de dólares e a perda de reservas em moeda forte, o Banco Central da Argentina anunciou, na segunda-feira, restrições temporárias ao acesso ao mercado de câmbio para grandes empresas e importadores de artigos de luxo, como carros e jatos particulares. A medida ocorre uma semana depois da vice-presidente, Cristina Kirchner, ter denunciado um “festival de importações” e em meio a crescentes temores de default da dívida interna argentina.

Estão isentas dessas restrições as importações de energia, bens de capital e medicamentos.

É provável que o freio no acesso a dólares afeta a venda de produtos brasileiros para a Argentina.

Junto com o anúncio, o BC informou ainda a suspensão temporária de todas as operações cambiais para pagamentos de importações, citando necessidade de ajuste do sistema às mudanças. Dessa forma, o BC encerrou o dia comprando US$ 250 milhões, o primeiro saldo positivo em três semanas. Porém, neste mês o BC acumula a venda de US$ 605 milhões das reservas.

A reação dos mercados foi negativa. O dólar paralelo (blue) subiu acima de 230 pesos pela primeira vez e fechou a 232 pesos, ampliando o spread com a cotação oficial para 86% – o maior em mais de três meses. O risco país medido pelo banco JP Morgan subiu para novo recorde de 2.432 pontos-base.

A Argentina, que mantém controles de capital desde 2019, viu as importações dispararem 53,1% ao ano em maio, impulsionadas pelos altos custos de energia, enquanto as exportações cresceram bem menos, 20,7% ante maio do ano passado – uma preocupação para o país, que precisa acumular reservas internacionais.

A dificuldade de acumular reservas coloca pressão sobre o programa macroeconômico do governo Fernández e sobre as metas acordadas com o Fundo Monetário Internacional (FMI).

O BC disse que as mudanças visam “responder às necessidades extraordinárias de moeda estrangeira, para atender às importações de energia, a fim de sustentar o crescimento econômico e o desenvolvimento das pequenas e médias empresas”.

Nos primeiros cinco meses do ano, as importações de energia aumentaram 205% em comparação com o mesmo período de 2021, totalizando US$ 4,64 bilhões.

Segundo o BC, o país tinha no dia 25 de março, US$ 43,3 bilhões em reservas internacionais. Três meses depois, no dia 24 de junho, as reservas caíram para US$ 38,0 bilhões. A saída de dólares das reservas argentinas neste período é maior do que o acumulado de compras da moeda pelo BC argentino em todo o ano de 2022, de US$ 912 milhões até o momento. Segundo informações da mídia argentina, o saldo de compra e venda de dólares pelo BC em junho é de US$ 602 milhões negativos.

As novas diretrizes do mercado de câmbio vão vigorar até o fim de setembro. O governo estima que conseguirá reduzir em US$ 1 bilhão do total de importações argentinas com as medidas.

Mas a saída de dólares do país não ocorre apenas por meio do aumento das importações, mas principalmente pela crescente desconfiança na capacidade do governo de honrar sua dívida.

Desta vez, o problema está no mercado de títulos local. Os credores estão relutantes em rolar a dívida em pesos do governo. Com os gastos ainda altos e o governo sob pressão do FMI para parar de se financiar com a emissão de moeda, há uma sensação crescente em Buenos Aires de que as autoridades estão ficando sem opções de financiamento e que reestruturação da dívida interna é provável.

Parte do problema está no fato de que o valor da grande maioria dos títulos está atrelado à inflação – único instrumento de dívida que os investidores consideram atraente em meio à crise. Portanto, a explosão da inflação, em vez de fornecer um grande alívio ao peso da dívida pública, como ocorre para governos em todo o mundo, está na verdade sobrecarregando ainda mais o Tesouro argentino. Os preços ao consumidor estão subindo ao ritmo anual de mais de 60%, a maior taxa deste século e uma das maiores do mundo. As informações são do jornal Valor Econômico e de agências internacionais de notícias.

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