Quinta-feira, 08 de maio de 2025
Por Redação O Sul | 7 de maio de 2025
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva reuniu alguns dos seus principais ministros para discutir o escândalo de desvios ilegais em aposentadorias e pensões no âmbito do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A reunião foi realizada na terça-feira (6) no Palácio da Alvorada e durou mais de três horas, mas terminou sem que houvesse qualquer anúncio relacionado ao ressarcimento das pessoas lesadas pela fraude bilionária.
Apesar disso, o jornal Valor Econômico apurou que houve alguns encaminhamentos. Um deles é que o governo precisará fazer um “aperfeiçoamento” dos mecanismos do INSS. Essa medida está relacionada ao fato de que um relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) concluiu que somente em 28,9% dos casos as documentações enviadas por associações para autorizar descontos na folha de aposentados e pensionistas estavam completas, além de apontar descontos indevidos desde 2016.
Outro assunto que foi debatido na reunião é o tamanho da fraude aplicada contra os aposentados e pensionistas. Isso porque a gestão petista ainda não conseguiu sequer identificar o tamanho do rombo e nem o número de pessoas devidamente lesadas pelo esquema criminoso. Esse cruzamento ainda está sendo feito pelo governo e deve ser apresentado posteriormente.
Por conta do quadro complexo, a ordem do Executivo é que a direção do INSS volte a dar esclarecimentos à população nos próximos dias. Ainda assim, integrantes do governo admitem, nos bastidores, que a gestão petista não tem como anunciar qualquer “medida de peso” neste momento porque não houve condições de fazer um diagnóstico completo da situação.
Além de Lula, participaram da reunião os ministros da Casa Civil, Rui Costa, Gestão e Inovação, Esther Dweck, Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, Controladoria-Geral da União, Vinicius de Carvalho, e também o novo titular da Previdência Social, Wolney Queiroz.
Outra autoridade presente no encontro foi o recém-nomeado presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, e o adjunto do Advogado-Geral da União, Junior Divino Fideles. Por fim, houve a participação do secretário-executivo da Fazenda, Dario Durigan.
O escândalo no INSS veio à tona depois que a Polícia Federal identificou que descontos irregulares estavam sendo feitos, sem autorização, na folha de pagamentos de aposentados e pensionistas de todo o país. Esses recursos eram direcionados para associações de aposentados.
Ao todo, a “Operação Sem Desconto” atingiu a alta cúpula do INSS e 11 entidades são alvos da investigação. O então presidente da autarquia, Alessandro Stefanutto, foi afastado por determinação da Justiça. Depois, acabou demitido por Lula. Ao todo, seis servidores foram afastados de suas funções. As informações são do jornal Valor Econômico.