Terça-feira, 05 de agosto de 2025
Por Redação O Sul | 5 de agosto de 2025
Tarifas impostas pelo norte-americano começam a valer nesta quarta-feira.
Foto: Dudu Leal/Fiergs/DivulgaçãoO governo do Rio Grande do Sul está analisando duas reivindicações da Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (Fiergs) em relação ao tarifaço imposto pelo governo norte-americano, afirmou, nesta terça-feira (5), o vice-governador Gabriel Souza ao participar da reunião de diretoria da entidade.
As tarifas de Donald Trump começam a valer oficialmente nesta quarta-feira (6). A federação das indústrias gaúchas solicita a ampliação em pelo menos 100% da linha de crédito de R$ 100 milhões do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) já anunciada e a liberação de créditos do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre exportações.
O presidente do Sistema Fiergs, Claudio Bier lembrou a mobilização que está sendo realizada pela entidade desde o anúncio da imposição de tarifas de 50% para a venda de produtos brasileiros aos Estados Unidos, há quase um mês.
Entre as iniciativas, estão as demandas apresentadas ao governo estadual e ao federal – neste caso, medidas tributárias, de crédito e de manutenção do emprego. “Instituímos um gabinete de crise, realizamos reuniões extraordinárias da diretoria e engajamos especialmente os sindicatos de setores mais impactados pela medida do governo norte-americano”, disse Bier, ressaltando a Souza as demandas levadas ao Palácio Piratini.
Ao lado do secretário de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo, e do subsecretário da Fazenda, Ricardo Neves, Souza disse que há três frentes de ação em paralelo. A primeira é a busca da negociação pelo governo federal por meio dos canais diplomáticos. Em segundo lugar, ações mitigatórias de prejuízos, como o crédito do BRDE. Em terceiro lugar, a busca de novos mercados. “Queremos estar ao lado do industrial, dos empregos, para que possamos enfrentar esse período”, afirmou.
Entenda
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, assinou na última semana um decreto executivo que oficializa a tarifa de 50% sobre os produtos brasileiros. No documento, Trump cita que a ordem é justificada por uma “emergência nacional” em razão das políticas e ações “incomuns” e “extraordinárias” do governo brasileiro que, segundo o republicano, prejudicam empresas americanas, os direitos de liberdade de expressão dos cidadãos dos EUA e a política externa e a economia do país, de modo geral.
Trump também cita como justificativa para a medida o que considera como “perseguição, intimidação, assédio, censura e processo politicamente motivado” contra o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Com os motivos considerados acima, a Casa Branca informou que a decisão foi tomada com base na Lei de Poderes Econômicos de Emergência Internacional, de 1977, que confere ao presidente dos EUA o poder de tomar medidas extremas em tempos de emergência nacional.
“O presidente Trump tem reafirmado consistentemente seu compromisso de defender a segurança nacional, a política externa e a economia dos Estados Unidos contra ameaças estrangeiras, inclusive salvaguardando a liberdade de expressão, protegendo empresas americanas de censura coercitiva ilegal e responsabilizando violadores de direitos humanos por seu comportamento ilegal”, diz o documento.
A Casa Branca menciona o uso de decisões monocráticas do ministro do STF Alexandre de Moraes desde 2019 para “abusar de sua autoridade judicial para ameaçar, atingir e intimidar milhares de opositores políticos”.
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