Quinta-feira, 31 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 14 de maio de 2025
O presidente americano, Donald Trump, disse nessa quarta-feira (14) que está disposto a viajar à Turquia para negociações sobre o conflito na Ucrânia se o presidente russo, Vladimir Putin, também se encontrar com seu homólogo, Volodymyr Zelensky.
“Não sei se ele [Putin] iria se eu não estivesse lá”, disse Trump a repórteres a bordo do Air Force One durante um voo da Arábia Saudita para o Catar, como parte de sua viagem pelo Golfo. “Sei que ele gostaria que eu estivesse lá, e é uma possibilidade. Se pudéssemos acabar com a guerra, eu consideraria.”
Trump afirmou que planeja estar nos Emirados Árabes Unidos nesta quinta-feira, a terceira e última etapa de sua viagem ao Golfo. No entanto, quando perguntado sobre uma possível viagem à Turquia, ele respondeu: “Isso não significa que eu não faria isso para salvar muitas vidas.”
O secretário de Estado, Marco Rubio, já tem uma viagem marcada para Istambul na sexta-feira.
“Marco vai e Marco tem sido muito eficaz”, disse Trump.
Zelensky pediu a Putin que participasse das negociações diretas na Turquia esta semana e alertou que sua ausência seria interpretada como falta de disposição para alcançar a paz, mais de três anos após o início da invasão russa. Este encontro seria o primeiro direto entre Rússia e Ucrânia desde 2022, logo após o início da guerra.
O presidente russo foi quem propôs esse formato de negociações, mas o Kremlin se recusou a confirmar se ele participará das conversas.
Trump, por sua vez, prometeu acabar com a guerra na Ucrânia ao retornar à Casa Branca e pressiona intensamente Zelensky, mas nos últimos dias ele expressou frustração depois que a Rússia rejeitou uma proposta inicial de cessar-fogo de 30 dias.
Em um tom inusitado, Zelensky afirmou que vê como um “sinal positivo” o fato de Moscou considerar encerrar a guerra, iniciada há mais de três anos, que deixou milhares de mortos e permitiu à Rússia tomar quase 20% do território ucraniano. “Não faz sentido continuar o massacre por mais um dia sequer. Esperamos que a Rússia confirme um cessar-fogo abrangente, duradouro e confiável, a partir de amanhã, 12 de maio”, declarou o presidente nas redes sociais. “A Ucrânia está pronta para se reunir.”
O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, confirmou no domingo a disposição de seu país em sediar as negociações, que classificou como uma “janela de oportunidade”. Por telefone, ele também conversou com o presidente francês, Emmanuel Macron, e disse que “um ponto de virada histórico foi alcançado nos esforços para acabar com a guerra entre a Ucrânia e a Rússia”, informou a Presidência turca. Ancara já fez o papel de anfitrião de negociações no passado. O primeiro acordo para exportação de grãos pelo Mar Negro foi alcançado em negociações no país.
Embora a proposta russa não tenha surgido como uma resposta oficial, a declaração de Putin ocorreu após os líderes de Alemanha, França, Polônia e Reino Unido se reunirem no sábado com Zelensky em Kiev. Em tom de ameaça, eles afirmaram que caso Moscou não aceitasse um cessar-fogo incondicional de 30 dias a partir de segunda-feira, novas sanções seriam impostas, além do compromisso de mais apoio militar para a Ucrânia. As informações são da agência de notícias AFP.