Sexta-feira, 20 de junho de 2025
Por Redação O Sul | 6 de fevereiro de 2023
Ao longo de 2022, hackers roubaram US$ 3,8 bilhões em negócios relacionados a criptomoedas, um aumento de 15,2% em relação ao ano anterior, segundo dados da empresa de análise de blockchain Chainalysis. O maior pico do ano foi em outubro, quando US$ 775,7 milhões foram desviados por cibercriminosos.
Principais vítimas
Dentro do ambiente cripto, as principais vítimas desses ataques foram os protocolos de finanças descentralizadas (DeFi), que respondem por 82,1% de todo o volume roubado no ano, totalizando US$ 3,1 bilhões. Em 2021, a fatia de criptomoedas roubadas do segmento foi de 73,3%. Dos US$ 3,1 bilhões levados em 2022, em torno de 64% eram provenientes de “pontes” entre blockchains.
Bloqueio de ativos
Essas pontes permitem que usuários levem suas criptomoedas de um blockchain para outro, geralmente bloqueando os ativos em um “smart contract” na blockchain original enquanto o valor equivalente é “criado” na outra rede. “Pontes são alvos atrativos para hackers porque os smart contracts em efeito se tornam enormes repositórios centralizados de fundos, lastreando os ativos que foram enviados para a nova blockchain”, dizem os autores do estudo.
Na mira dos criminosos
Segundo a Chainalysis, embora os protocolos DeFi tenham atraído investidores por serem transparentes, ao contrário das corretoras centralizadas tradicionais, que protagonizaram os maiores escândalos de fraude, alavancagem e má gestão de 2022, essa mesma transparência acaba colocando-os na mira dos criminosos. “Hackers podem escanear códigos de DeFi em busca de vulnerabilidades e atacar no momento perfeito para maximizar o roubo”, descreve o relatório.
Coreia do Norte
Outro ponto comentado no estudo é que hackers da Coreia do Norte bateram seus próprios recordes ao roubarem US$ 1,651 bilhão em criptomoedas em 2022, o que representa um crescimento de 284,9% na comparação com 2021. A Chainalysis destaca que o montante é mais de dez vezes maior do que o total de exportações feitas pelo país no ano passado, de US$ 142 milhões.
A Coreia do Norte negou as acusações de hacking ou outros ataques cibernéticos.
De acordo com um painel de especialistas que monitoram as sanções da Organização das Nações Unidas (ONU) ao país, a Coreia do Norte tem confiado cada vez mais em hackers para financiar seus programas de mísseis e armas nucleares, principalmente porque o comércio declarado publicamente diminuiu sob sanções e bloqueios sanitários.
“Não é exagero dizer que o hacking de criptomoedas é um pedaço considerável da economia do país”, disse a Chainalysis. “Esses hacks ficarão mais difíceis e menos frutíferos a cada ano que passa”, prevê a empresa. As informações são do jornal Valor Econômico e da agência de notícias Reuters.