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Por Redação O Sul | 25 de abril de 2015
Um grupo de hackers russos invadiu parte dos e-mails do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, em outubro do ano passado, informou neste sábado o jornal norte-americano The New York Times, que cita autoridades do país ligadas à investigação do caso. A conta invadida, de acordo com o periódico, faz parte das correspondências não confidenciais do presidente, mas indicam que a brecha de segurança no sistema da Casa Branca foi muito mais ampla e preocupante do que as autoridades norte-americanas admitiram.
Os hackers, que teriam ligação com Moscou, invadiram também o sistema de comunicação não confidencial do Departamento de Estado, mas, conforme o jornal, não conseguiram entrar no servidor que armazena as mensagens trocadas por meio do BlackBerry que Obama carrega com ele.
Os piratas virtuais conseguiram acessar arquivos de e-mail de funcionários da Casa Branca com quem Obama se comunica. A partir daí, explica a publicação, eles obtiveram acesso aos e-mails enviados e recebidos pelo presidente norte-americano.
A Casa Branca disse que nenhuma rede confidencial foi comprometida e que os hackers não conseguiram nenhuma informação secreta. Muitos dos funcionários da Casa Branca, de acordo com o periódico, mantêm dois computadores em seus escritórios – um com uma rede de segurança de alto nível e outro conectado com a rede “normal”, usada para comunicações não confidenciais.
As autoridades ligadas à investigação disseram ao The New York Times temer que mesmo essas mensagens não secretas contêm muitas informações consideradas “altamente sensíveis”, como cronogramas, comunicação diplomática, debates sobre legislação e discussões políticas.
Eles não revelaram ao jornal quantos e-mails de Obama foram lidos pelos hackers ou seu conteúdo. Assessores disseram que a maioria dos relatórios classificados do presidente – como o resumo diário matinal – é recebido em papel ou oralmente, dentro da proteção da Sala Oval.
Mesmo sendo uma invasão menos profunda, a Casa Branca fez questão de manter a brecha de segurança em segredo, destaca o jornal, já que a descoberta foi feita há meses. Fontes do governo norte-americano ouvidas pelo jornal disseram que a invasão foi séria o suficiente para provocar reuniões quase diárias por várias semanas na Casa Branca para debater a brecha e pensar em novos métodos para proteger o rastro eletrônico da comunicação do presidente com o mundo externo.
A descoberta da invasão levou ainda ao fechamento parcial do sistema de e-mail da Casa Branca. Tudo já foi restaurado. Enquanto os hackers chineses são conhecidos por procurar informações comerciais, explica o jornal, os hackers russos costumam atacar alvos políticos e tendem a esconder melhor seu rastro.
Esta não foi a primeira vez que Obama foi vítima de hackers. Durante sua campanha presidencial, em 2008, ele sofreu ataque de piratas virtuais chineses.
Em 2009, ele convenceu o serviço secreto, que faz sua proteção, a liberar o uso de seu BlackBerry e o envio de e-mails. Ele recebeu um smartphone especial, com segurança de alto nível. Procurada, a Casa Branca não quis comentar a brecha de segurança.
Na quinta-feira, o secretário de Defesa, Ashton Carter, revelou pela primeira vez que os hackers russos atacaram o sistema não classificado do Pentágono. Ele afirmou que eles foram identificados. (Folhapress)