Quarta-feira, 02 de julho de 2025
Por Redação O Sul | 8 de junho de 2022
A Polícia Civil investiga as circunstâncias que levaram um hóspede a matar, com golpes de extintor, a dona de um hotel em Orlândia (SP) na noite de segunda-feira (6). As primeiras diligências apontam que o engenheiro Eduardo Teixeira Mendes, de 41 anos, preso em flagrante após assassinato de Maria José Antunes, de 64 anos, estava com o pagamento de diárias atrasado. A família dele chegou a ser avisada pelos donos do estabelecimento.
Segundo o delegado Clodoaldo Vieira Delgado, Teixeira Mendes permaneceu em silêncio durante depoimento. “As informações iniciais aqui dão conta de que ele estava hospedado desde o dia 1º [de junho] e nos últimos dias não pagava diárias. A administração do hotel entrou em contato com familiares, e acho que não encontraram ele ontem [segunda] à noite. Mas, ao retornar ao hotel, às 20h, ele acabou agredindo os empresários, proprietários do hotel”, afirmou o delegado, em entrevista à EPTV, afiliada da TV Globo.
Mendes teve a prisão em flagrante convertida em preventiva na tarde de terça-feira (7), depois de passar por audiência de custódia. A informação foi confirmada pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.
Maria José foi atacada ao tentar defender o marido, atingido pelo hóspede com um pedaço de pau e com um extintor de incêndio.
Depois de levar um chute e de cair, a empresária foi golpeada na cabeça com o extintor e com um vaso de gesso. Após as agressões, o hóspede se trancou no quarto até a chegada da polícia, de acordo com a PM.
A mulher chegou a ser levada a um hospital da cidade, com ferimentos visíveis na cabeça, segundo o boletim de ocorrência, e teve a morte confirmada pelo médico que a atendeu. O marido dela, Sebastião Lorente, teve fratura no braço esquerdo e permaneceu sob observação médica antes de prestar depoimento.
Segundo Lorente, o suspeito agiu com agressividade e sem explicação. “Ele estava em fúria. Não veio em mim porque sou [dono] do hotel. Pra mim, ele queria qualquer um. Se ele tivesse uma arma na mão, uma faca, teria matado mais gente”, disse o empresário.
Ainda segundo o marido da vítima, ao notar que ele estava sendo agredido, Maria correu em direção aos dois.
“Ela veio correndo, praticamente na minha defesa, e aí ele deu o extintor na cabeça dela. Ela caiu de bruços e eu, tonto no chão. Ele montou em cima dela e deu mais de dez pancadas na cabeça dela. Depois do extintor, ainda quebrou o vaso de gesso na cabeça dela várias vezes”.
A Polícia Civil ainda investiga as circunstâncias que levaram o engenheiro a matar a empresária. O suspeito foi preso em flagrante, mas, segundo o delegado Clodoaldo Vieira Delgado, permaneceu em silêncio durante depoimento.
Ele deve ser indiciado por homicídio qualificado por motivo fútil e meio cruel. Como Mendes não indicou um advogado, na audiência de custódia foi nomeado um defensor.
Além de resultados de exames do Instituto Médico Legal (IML) e da perícia no hotel, a Polícia Civil espera obter imagens de câmeras de segurança do local.
“No interrogatório, ele permaneceu calado. E ele não possui antecedentes criminais. Então, a gente vai investigar a vida pretérita dele e verificar qual problema de comportamento que ele apresentava aqui e a motivação de tanta fúria para praticar esse crime hediondo, um homicídio qualificado pela crueldade e futilidade e a agressão violenta contra o empresário que sobreviveu”, diz o delegado. As informações são do portal de notícias G1.