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Economia Inflação no Brasil pelo IPCA-15 fica em 0,51%, abaixo das projeções, e acumula 4,07%, a menor taxa desde outubro de 2020

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Com o resultado, a inflação para o consumidor acumula alta de 3,92% nos últimos 12 meses na Capital gaúcha. (Foto: Freepik)

Após um susto em abril, quando analistas alertaram para algum repique dos núcleos e dos serviços, a prévia da inflação de maio surpreendeu positivamente ao mostrar não apenas uma manutenção da queda do ritmo de alta dos preços, mas também uma composição mais benigna. Ainda que em ritmo lento, medidas acompanhadas pelo Banco Central (BC) voltaram a mostrar melhora e também motivaram uma leva de revisões baixistas das projeções para o ano.

Segundo o IBGE, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo -15 (IPCA-15) desacelerou para 0,51% em maio, após marcar alta de 0,57% em abril. Com isso, ele acumulou alta de 4,07% em 12 meses, a menor desde outubro de 2020 (3,52%).

Seis das nove classes de despesas apresentaram menor ritmo de alta: transportes (de 1,44% para -0,04%), habitação (de 0,48% para 0,43%), artigos de residência (de 0,07% para -0,28%), vestuário (de 0,39% para 0,35%), educação (de 0,11% para 0,07%) e comunicação (de 0,06% para 0,02%). Na outra ponta, a alta foi mais intensa nos grupos de alimentação e bebidas (de 0,04% para 0,94%), saúde e cuidados pessoais (de 1,04% para 1,49%) e despesas pessoais (de 0,28% para 0,40%).

O chamado índice de difusão, que mede a proporção de bens e atividades que tiveram aumento, subiu de 63,2% para 64,3%. O avanço reflete em grande medida o comportamento dos alimentos, grupo mais volátil e que acelerou de 0,04% para 0,94% na margem. Excluindo essa categoria, a difusão passou de 66,8% para 62,9%.

Surpreendeu a queda de 17,26% nos preços de passagens aéreas, que tiraram 0,12 ponto percentual da prévia. Já a gasolina caiu 0,21% na margem. O número ainda não reflete nova estratégia comercial da Petrobras de abandonar a paridade internacional, divulgada dia 16. A coleta de preços ocorreu entre 14 de abril e 15 de maio.

Para Alexandre Lohmann, estrategista-chefe da Constância Investimentos, a maior surpresa veio de serviços. Em seus cálculos, a difusão nesse segmento chegou a 61,53% na prévia de abril, contra 69% em maio e 74% em março. “É uma queda bem relevante, sinaliza que a inflação está cada vez menos sustentada nesses itens”, diz. Lohmann reduziu sua projeção de IPCA deste ano de 6% pra 5,77%.

Em sua avaliação, o dado dá sinais de que a inflação voltou à trajetória de lenta convergência às metas do Banco Central.

Adriano Ribeiro, economista do banco ABC Brasil, destaca o avanço mais moderado dos bens industriais. “Tínhamos 0,69% de alta, mas veio só 0,39%. Se juntar com um pouco da surpresa negativa que também veio do setor dos serviços, explica a diferença com a nossa projeção de 0,60%”, diz. Em sua opinião, o desempenho dos bens pode ser sinal de que a queda de preços do atacado, sinalizada pelos IGPs, está chegando ao varejo. Isso, por sua vez, ajuda na queda de parte dos núcleos.

Na XP, a visão é de que o IPCA-15 de maio apresentou “a melhor composição de inflação do ano”, diz o economista Alexandre Maluf. Ele ressalta a média dos núcleos de inflação, que avançou 0,42% na passagem do mês, abaixo do 0,51% projetado. Com isso, a média móvel de três meses dessazonalizada e anualizada passou de 6,2% em abril para 5,7% em maio.

Maluf revisou a projeção para o IPCA de 2023 de 5,8% para 5,4%. Outras instituições fizeram o mesmo. O Credit Suisse cortou de 6% para 5,5%, citando ainda uma deflação maior que a esperada em alimentos, já observada nos IGPs, e “que deve afetar o IPCA nos próximos meses”. O Barclays baixou sua projeção de 6% para 5,7%, lembrando que um novo corte nos preços de combustíveis pode ocorrer em meados do ano.

O J.P. Morgan baixou de 5,4% para 5,2% sua estimativa, citando o desconto de impostos para carros até R$ 120 mil, anunciado ontem pelo governo federal. Segundo os economistas Vinicius Moreira e Cassiana Fernandez, o impacto da medida sobre preços dos automóveis pode chegar a 9%, caso o governo decida zerar o IPI e PIS/Cofins. Neste caso, a medida poderia tirar até 0,4 ponto percentual do IPCA de 2023. Por ora eles trabalham com queda de 5% nos preços dos veículos a partir de julho.

O BTG Pactual baixou sua projeção de 5,5% para 5,3% e avisou que novos cortes são “parecem altamente prováveis”. “Vemos como elevada a probabilidade de a Petrobras cortar o preço da gasolina em julho de forma a compensar inteiramente a alta de PIS, Cofins e Cide. Adicionalmente, a isenção tributária para automóveis planejada pelo governo também poderá reduzir nossa projeção de 0,1 ponto a 0,3 ponto porcentual”, afirma o banco em relatório a clientes.

Economista do Itaú Unibanco, Luciana Rabelo nota que o dado corrobora o cenário de desinflação em curso, em especial, o movimento observado tanto nas medidas subjacentes de serviços e industriais. Ela pondera que essas medidas seguem rodando perto de 6%, o que reforça o ritmo lento de acomodação. O Itaú manteve sua projeção do ano em 5,8% e em 4,5% em 2024.

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