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Geral Itaú vende sua unidade na Argentina para o banco Macro por R$ 250 milhões

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Publicações alegavam que banco não teria dinheiro para pagar dívidas. (Foto: Divulgação)

O Itaú Unibanco está encerrando uma história de 28 anos de presença no varejo na Argentina. O banco brasileiro selou na semana passada a venda das operações no país vizinho ao Banco Macro, uma negociação que havia começado em junho. Sob o ponto de vista financeiro, o negócio tem impacto pequeno para o maior banco da América Latina, de cerca de 1% do valor de mercado que possui na B3, a Bolsa de Valores brasileira. Entretanto, reforça o foco do conglomerado em outras operações em países vizinhos, em especial no Chile e na Colômbia, em que as condições econômicas são mais favoráveis que em solo argentino, país que amarga inflação alta, recessão, crise cambial e chance de turbulência política com o avanço da extrema direita.

O Macro pagará ao Itaú aproximadamente R$ 250 milhões após o fechamento da transação. Com a venda, o banco brasileiro vai manter na Argentina uma representação, que tem estrutura menor que a de um banco.

“Depois de mais de quarenta anos [entre atacado e varejo], temos não apenas orgulho da nossa história argentina, mas a clareza que nossa jornada no país não termina aqui”, disse em nota o CEO regional do banco na Argentina, André Gailey. “Por isso, continuaremos com presença na Argentina por meio de um escritório de representação local, e seguiremos atendendo os nossos clientes corporativos e de wealth e private bank a partir das nossas unidades do banco no Brasil e nas demais unidades externas.”

Para o Itaú, manter uma operação no exterior tem um custo: o banco precisa pagar mais impostos no Brasil para fazer frente à diferença sobre os tributos que recolhe lá fora. Além disso, as operações menores acabam diluindo a rentabilidade do banco para o investidor brasileiro pela diferença de capital, segundo afirmou o CEO do Itaú, Milton Maluhy, ao Estadão/Broadcast em junho.

“A razão central (para a venda) é que o nosso banco lá (Argentina) é muito pequeno. Ele tem por volta de 1% de mercado de varejo e é muito mais relevante no atacado, um negócio em que queremos continuar presentes”, afirmou, na ocasião.

No segundo trimestre deste ano, o Itaú Argentina deu ao conglomerado lucro de R$ 186 milhões, alta de 40% em um ano, com um retorno sobre o patrimônio líquido de 52,5%, bem acima das demais operações, inclusive da brasileira, com ROE de 21,5%. Entretanto, era a segunda menor do banco em receitas, à frente apenas do Itaú Paraguai. A Argentina contribuiu com apenas 2,1% do lucro do Itaú no período.

Em ativos, o Itaú era apenas o 18º banco argentino em abril, bem distante do Macro, que na sexta posição, era o maior banco do país vizinho com capital nacional e controle privado. Outro brasileiro está mais bem colocado no mercado argentino: o Banco do Brasil, que controla o Patagonia, 11º maior banco daquele país.

Nos vários anos na Argentina, o Itaú passou por muitas crises, mas a de agora parece ganhar novos contornos com o avanço de Milei na corrida presidencial e suas propostas radicais. “Por ora, o túnel está escuro na Argentina, sem luz no fim”, comenta o economista para América Latina do Natixis, Benito Berber. Em uma “espiral para baixo”, ele prevê a possibilidade de contração do Produto Interno Bruto (PIB) de 3% a 4% este ano e inflação de 140% a 160% em 2023, uma das mais altas do mundo. Neste ambiente, uma fonte da Faria Lima comenta que o Itaú não fez mau negócio ao deixar o país e pode investir em outros mercados mais estáveis na região.

No atacado, atendendo empresas, o Itaú opera na Argentina desde 1979. No varejo, chegou em 1995 abrindo uma agência em Buenos Aires. Três anos depois, comprou o Banco Del Buen Ayre. Passou então operar com o nome Itaú Buen Ayre e, posteriormente, Itaú Argentina. A filial tinha cerca de 1,5 mil funcionários e 74 agências e postos de atendimento.

O impacto da venda no resultado do Itaú deve ser negativo em aproximadamente R$ 1,2 bilhão, que será reconhecido quando a transação for concluída. Esse impacto acontece porque o valor de livros do investimento do banco brasileiro na Argentina é superior ao valor que está recebendo pela venda. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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https://www.osul.com.br/itau-vende-sua-unidade-na-argentina-para-o-banco-macro-por-r-250-milhoes/ Itaú vende sua unidade na Argentina para o banco Macro por R$ 250 milhões 2023-08-27
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