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Por Redação O Sul | 20 de abril de 2015
De acordo com o relato do deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), ele estava sentado em uma poltrona do voo JJ 304, da TAM, que o levaria do Rio de Janeiro para Brasília no dia 7 de abril. O voo não estava lotado, mas por um acaso, que ele sugere tenha sido proposital, o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) estava na poltrona exatamente ao lado da sua. Imediatamente, Wyllys trocou de lugar e Bolsonaro gravou o ocorrido, declarando que o comportamento do parlamentar do PSOL foi uma demonstração de “heterofobia”.
“Era uma poltrona do meio, daquelas que ninguém escolhe ocupar”, declarou o deputado em entrevista. “Eu tenho memória, esse homem foi capaz de empurrar uma deputada em pleno salão verde e chamá-la de vagabunda na frente das câmeras”, defendeu-se Wyllys.
“Esse senhor colocou na porta do gabinete dele uma carta dizendo que ‘quem gosta de ossada é cachorro’, ele fez isso porque as famílias de pessoas mortas durante a ditadura e que foram enterradas em cemitérios clandestinos estavam reclamando pelos seus mortos”, explicou Wyllys.
Ele tinha decidido não comentar o caso com a imprensa, mas voltou atrás.
“Heterofobia não existe. Que tipo de acusação é essa?. No máximo o que eu tive foi uma ‘fascistofobia’, uma fobia de fascistas, uma fobia de escroques”, afirmou ele.
A manifestação, feita em um vídeo de 5 minutos, postado no Facebook, mostrou a indignação de Wyllys e deixou claro que, em nenhuma hipótese, ele iria se colocar ao lado de Bolsonaro, seja no avião ou em outra situação.
“Sabe-se lá o que ele ia cometer em relação a mim durante o voo. O que eu fiz foi [ter] um instinto de preservação. Eu saí do lado dele”, frisou.