Sexta-feira, 07 de março de 2025
Por Redação O Sul | 4 de agosto de 2024
A vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, está planejando comparecer ao debate previamente acordado marcado para 10 de setembro na emissora ABC – mesmo que o candidato republicano, Donald Trump, não o faça, disse uma fonte familiarizada com o assunto à CNN.
A fonte diz que seu entendimento é que a ABC News forneceria tempo de antena para qualquer candidato que aparecesse – mesmo que acabasse sendo apenas Kamala. A ABC News não respondeu ao pedido de comentários da CNN.
Trump disse na última sexta-feira (2) que concordou em participar de um debate organizado pela Fox News em 4 de setembro e não participaria mais do debate da ABC, como concordou em fazer quando o presidente Joe Biden era o provável candidato democrata.
Na manhã de sábado (3), o diretor de comunicações da campanha de Kamala, Michael Tyler, disse em um comunicado que Trump precisa “parar de brincar” com o debate presidencial.
“Donald Trump está assustado e tentando sair do debate com o qual já concordou e correndo direto para a Fox News para resgatá-lo”, disse Tyler.
“Ele precisa parar de brincar e comparecer ao debate com o qual já se comprometeu no dia 10 de setembro. A vice-presidente estará lá de uma forma ou de outra para aproveitar a oportunidade de falar para um público nacional no horário nobre.”, ele acrescentou.
Tyler disse que a equipe de Kamala ficaria “feliz em discutir novos debates após aquele com o qual ambas as campanhas já concordaram”.
“A qualquer hora, em qualquer lugar, não deve haver problema com isso, a menos que ele esteja com muito medo de aparecer no dia 10”, acrescentou Tyler.
Pesquisas
Kamala Harris aparece à frente de Donald Trump no agregado das pesquisas de intenção de voto para as eleições presidenciais dos Estados Unidos de 2024. Nesse domingo (4), a estimativa feita pelo modelo estatístico de Nate Silver, especialista americano em previsões políticas, colocou a atual vice-presidente com 51% de chances de conquistar a maioria dos votos no colégio eleitoral, uma vantagem de 1,4 pontos porcentuais em relação a Trump.
A análise leva em consideração pesquisas nacionais e estaduais de intenção de voto, avaliadas a partir de índices de confiabilidade, além de uma série de variáveis como eleitores registrados, eleitores prováveis e até a presença (ou não) do candidato independente Robert Francis Kennedy Jr. no questionário. Silver alerta que a liderança está longe de significar uma vitória de Harris no dia 5 de novembro.
“Embora a corrida ainda seja incerta, Harris está na frente de Trump na nossa média nacional de pesquisas”, avaliou o analista.
No monitoramento de intenções de voto por Estado, Harris teve ganhos em oito considerados decisivos ao longo da última semana: Pennsylvania, Wisconsin, Michigan, Georgia, Arizona, Virginia, New Hampshire e Minnesota. A democrata está na frente em seis deles, enquanto Trump leva vantagem apenas na Georgia e Arizona.
O foco em oito Estados ocorre porque as eleições presidenciais americanas são realizadas de forma indireta. O partido que vencer em cada Estado elege um número fixo de delegados, que representarão os eleitores na hora de votar para presidente.
Estados como Califórnia, de enorme maioria democrata, ou Alabama, com maioria republicana, não são considerados “decisivos” por votarem historicamente para um partido, com chances mínimas de mudança na preferência. Por conta disso, a campanha dos candidatos e as pesquisas eleitorais enfatizam Estados onde há incerteza se a maioria será democrata ou republicana.
Kamala assumiu o posto que seria do atual presidente Joe Biden, escolhido nas eleições primárias do partido como candidato do partido. Em julho, Biden desistiu de participar do processo e apoiou sua atual vice como substituta. Ela reanimou a base de eleitores democratas, com efeito imediato em sua campanha de arrecadação de fundos, que em poucos dias recebeu mais de US$ 200 milhões.
A mudança também teve impacto positivo em pesquisas eleitorais, nas quais ela tem obtido melhores resultados na comparação com o atual presidente.