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Geral Leilão da coleção do falido Banco Santos causa euforia e apreensão no mercado de arte

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Obra “The Foundling N#6”, de Frank Stella, está entre os itens. (Foto: Reprodução)

Mais de 1.900 obras de arte estão em leilão determinado pela 2ª Vara de Falências e Recuperações Judiciais de São Paulo para o pagamento de credores da massa falida do Banco Santos. A coleção pertenceu ao banqueiro Edemar Cid Ferreira. São dez dias de leilão 100% virtual, entre esta segunda-feira (21) e o próximo dia 2 de outubro, e cerca de 150 peças oferecidas a cada dia.

O valor arrecadado pelo evento destina-se a cobrir parte dos prejuízos causados a credores após a falência do Banco Santos, decretada em 2005. Nos dez dias serão leiloadas 1.972 obras, apregoadas por James Lisboa, vencedor do edital para a realização das vendas. O leilão deveria ter sido realizado em março, mas foi adiado por causa da pandemia do novo coronavírus, e acontecerá agora apenas on-line.

A coleção de Edemar Cid Ferreira era bastante eclética, reunindo nomes significativos da arte nacional e internacional, mas também mapas, antiguidades e peças de arqueologia e etnografia. A coleção tinha uma natureza constelar, pois, se não havia uma linha curatorial geral norteando as aquisições como um todo, a cada interesse do colecionador ele recorria à opinião de especialistas, buscando reunir um número importante de peças daquele conjunto. É o caso, por exemplo de obras de arte espontânea, com peças magníficas de Heitor dos Prazeres, Antonio Poteiro, Agostinho Batista de Freitas e Francisco da Silva, das pinturas de chineses contemporâneos, como Zhang Linhai, 2003, e Jiang GuoFang, 2001.

São vários os conjuntos que poderiam ser destacados, mas nada comparável à coleção de fotografias, que reúne mestres nacionais e internacionais, como Man Ray, Bert Stern,Steve McCurry, German Lorca, Geraldo de Barros, Thomas Farkas, Mário Cravo Neto, Claudia Andujar, Claudia Jaguaribe e ainda a “Serie EnelCielo”, de 2001, reunindo 11 fotografias de artistas contemporâneos como Olafur Eliasson, Glenn Ligon, Gabriel Orozco, Paul McCarthy e Janet Cardiff.

Esse é o segundo leilão das obras de arte de Edemar. O primeiro aconteceu há quatro anos, quando massa falida do Banco Santos conseguiu levantar cerca de R$ 11,8 milhões. Foram vendidas 138 peças de artistas como Tunga, Bruno Giorgi, Brecheret, Tomie Ohtake, Aldo Bonadei, Amilcar de Castro, Daniel Senise, Iberê Camargo, Jorge Guinle, Nelson Leirner, Oscar Niemeyer e Rubens Gerchman. Na ocasião o valor arrecadado foi bem superior ao esperado pelo leiloeiro Aloisio Cravo.

O leilão de agora, aguardado com um misto de ansiedade, euforia e apreensão pelo mercado de arte, está causando comoção junto a diretores de instituições, curadores e artistas, por uma série de questões implicadas na sua realização.

A primeira delas diz respeito à evasão de obras que serão provavelmente perdidas para o exterior, como é o caso da obra de Frank Stella, The Foundling N#6 – Série KleistNovellas, obra de 4,62 x 16 metros.

A segunda diz respeito ao valor do lance inicial das obras, fixado em 2005, e mantido até hoje, 15 anos depois, num flagrante desrespeito aos artistas. Obras como a excepcional escultura “Primeiras núpcias” de Tunga, o díptico de Cildo Meirelles, o conjunto de monotipias de Mira Schendel e o estudo histórico da obra “Operários” de Tarsila do Amaral se apresentam cotados muito abaixo de seus preços atuais.

A terceira naturalmente se refere à dispersão dos grupos citados, especialmente o de fotografias, um conjunto precioso, abrigado por 15 anos no Museu de Arte Contemporânea da USP, onde as obras foram higienizadas, conservadas, catalogadas e valorizadas para agora serem pulverizadas, sem que o museu tenha sido ressarcido por todos os seus gastos.

Com todos os seus problemas, é um grande acontecimento, um teste para a vitalidade do nosso mercado de arte. As informações são do jornal O Globo.

 

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