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Colunistas Lembranças que ficaram (4): Hardy – o PhD mais PhD que conheci

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Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul. O Jornal O Sul adota os princípios editorias de pluralismo, apartidarismo, jornalismo crítico e independência.

Ontem, dia 16, completou 1 ano da morte do ínclito e grande mestre Professor Doutor Hardy Jost, o PhD mais PhD que conheci na vida. Ele nasceu em 1939 na então ainda jovem cidade de Ijuí. Em 1956, fizemos juntos o 1º ano do curso Científico no Colégio Evangélico Augusto Pestana e ele, ainda menor, fez o curso de piloto civil (Brevê) no Aeroclube de Santo Ângelo, pois seu sonho era ser piloto da VARIG. Colegas de aula, decidimos completar o Científico no Julinho em Porto Alegre, na época uma conhecida escola preparatória de muita fama, tido como Colégio Padrão do Estado. Viemos.

Terminado o Científico, ele decidiu cursar Geologia. E o fez com o maior sucesso, (“Summa cum laude”), ao ponto de na mesma noite da formatura ser convidado pelo Diretor da Faculdade para fazer parte do Corpo Docente na qualidade de Professor Assistente. Ele topou e não parou mais. Como Professor foi um dos que marcou época como o que mais organizava e fazia as saídas de exploração de campo com os alunos. Lembro que ele me disse uma vez: “quando chega à noite no acampamento, no meio do mato ou em campo aberto, depois do jantar, eu digo a eles ‘fiquem jogando ou brincando até a hora que quiserem, sem limite, mas às 6 horas todo mundo vai levantar e vamos seguir o trabalho’”.

E assim era e assim foi.

Hardy fez Mestrado, Doutorado e Pós-Doutorado. Cursos no Canadá, Alemanha, Suécia, Austrália e África do Sul. Lecionou na UFRGS, na UNISINOS, na USP e em diversos outros cursos de geologia como orientador nos cursos de Mestrado e Doutorado.

Consultor na instalação da Faculdade de Geologia na Universidade Federal de Goiânia. Atuou como Consultor de Empresas em Companhias de Mineração no RS, Pará, Minas Gerais e na Arábia Saudita. Participou como Instrutor e Membro de Expedições Científicas realizadas em campo de jazidas minerais no Rio Grande do Norte, Bahia, Estados Unidos, Canadá, Chile, República Dominicana e África do Sul. Quando ele foi para os EE.UU. ele ainda lecionava na UNISINOS e teria que deixar um substituto à altura e não teve dúvidas em indicar um ex-aluno dedicado, inteligente, disciplinado e culto de nome Antônio Carlos Simões Pires Geske para substituí-lo, e tinha razão, pois anos mais tarde eu, pessoalmente, numa reunião, ouvi do Superintendente Geral da SUDESUL um elogio público ao Dr. Antônio Carlos Geske, pelo seu caráter, comprometimento, disciplina e qualidade profissional.

O Hardy Jost em sua carreira pelo mundo, cresceu em respeito e reconhecimento e foi agraciado com diversas medalhas e condecorações de diversos países e ajudou a fundar e foi Diretor da Faculdade de Geologia da Universidade de Brasília, onde após anos de profunda dedicação aposentou-se e escolheu para passar o resto de sua vida ao lado de sua esposa Maryvettie Ramirez Betinelli Jost, na linda e geologicamente rica cidade de Teresópolis no RJ de onde escrevia regularmente para revistas nacionais e estrangeiras. Ao longo da vida, Hardy Jost depois dos EE.UU. morou por Contrato, no exercício da profissão de Geólogo, no Canadá, Alemanha, África do Sul, Arábia Saudita, Chile, Peru e inúmeras vezes chamado por Contrato por empresas estabelecidas no Brasil, para emitir laudos de avaliações geológicas em suas áreas. Desde estudantes, nunca perdemos contato e por duas vezes, em anos diferentes, nos encontramos a trabalho. Era uma festa.

Uma vez no Pará junto a exploração de Bauxita e outra vez nas Minas do Camaquã (Cobre) em Caçapava do Sul.

Hardy nos deixou e partiu desta vida com serenidade, aos 83 anos, no dia 16 de janeiro de 2023, ficando, com muita honra, seu nome Registrado no Livro Mundial “QUEM É QUEM NO MUNDO” (Who is Who in the World). Que me conste é o único Gaúcho que tem esse registro. Sua viúva e seus familiares, receberam homenagens e citações de diversos Governos, Universidades e Instituições de Estudos Geológicos do mundo todo.

HARDY JOST foi um homem brilhante, mundialmente respeitado, um orgulho para sua cidade natal Ijuí e para o RS e para todos Geólogos do Mundo, especialmente para a Faculdade de Geologia da UFRGS. Nossa amizade perdurou ao longo dos anos, até sua morte.

Na próxima edição de LEMBRANÇAS QUE FICARAM (6) contarei a história de um “Hermano Sniper” dono de uma pontaria de águia e como caçava e pescava com uma flobé 22 de 1 só tiro.

Esta coluna reflete a opinião de quem a assina e não do Jornal O Sul.
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